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Uso de tecnologias, inovação e reflexões sobre perspectivas marcam a Reunião da Rede UNA-SUS

A 24ª Reunião da Rede UNA-SUS acontece de 22 a 23 de novembro de 2018, na Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA).

- Ascom SE/UNA-SUS



Começou, nesta quinta-feira, a 24ª Reunião da Rede UNA-SUS. Com o tema Ciência e tecnologia na inovação da educação a distância em saúde, o encontro  promove a troca de experiências entre coordenadores e técnicos da Rede UNA-SUS. A programação conta com duas palestras, dois talk shows, oficina e reuniões, além do Lançamento do livro “Práticas Inovadoras da Rede UNA-SUS: tecnologias e estratégias pedagógicas para promoção da educação permanente em saúde”.  A III Mostra de Experiências Exitosas conta com a exposição de trabalhos científicos, que serão apresentados em formatos de banners e oralmente.

Durante a abertura, o coordenador de gestão do conhecimento da SE/UNA-SUS, Vinícius de Oliveira, destacou que a caminhada da UNA-SUS rendeu muitos frutos para as universidades da Rede. “Conseguimos desenvolver atividades em educação a distância cobrindo o Brasil todo. Desafios não faltam, mas construímos um sistema muito sólido que segue tendo muito a contribuir para a sociedade”. A reitora em exercício da UFCSPA, Jenifer Saffi destacou os 10 anos da UFCSPA e a importância da Rede UNA-SUS como fomentadora da saúde e educação, importantes transformadores sociais para o Brasil. Também estavam presentes na cerimônia a coordenadora da UNA-SUS/UFCSPA, Aline Corrêa, uma das responsáveis pela organização e produção do evento.

Conferência Ciência e Tecnologia na Inovação da Educação em Saúde

Mediada pela pró-reitora de planejamento da UFCSPA, Alessandra Dahmer, a primeira conferência do evento contou com a participação da professora pesquisadora da Universidade Federal do Paraná, Carla Galvão Spinillo.

Baseada em teorias da área, a professora falou sobre a importância do designer da informação para educação, que tem como princípios os aspectos funcionais, estéticos, cognitivos, que objetivam facilitar o acesso à informação, para que ela chegue ao usuário de forma clara e possa se tornar conhecimento. Dentro desse contexto, a pesquisadora falou sobre a inovação como um valor da educação em saúde, relacionada ao designer para informar com eficiência. Assim, a tecnologia deve ser um facilitador desse processo e deve estar, primeiramente, centrado na pessoa que está procurando por esse conhecimento. É preciso ter em mente o que as pessoas querem, precisam e fazem, considerando seu perfil e estilo de vida. A tecnologia como meio cria novas possibilidades.

A pesquisadora aplicou sua abordagem ao contexto da UNA-SUS, destacando que o conhecimento de designer na área de saúde, tem que permear a produção dos conteúdos. “A riqueza da UNA-SUS vem muito das equipes multiprofissionais, e os designers são de extrema importância”, afirmou Alessandra.

Após a conferência, ocorreu o lançamento do livro “Práticas Inovadoras da Rede UNA-SUS: tecnologias e estratégias pedagógicas para a promoção da Educação Permanente”. Esta é a quarta publicação Rede e conta com 18 artigos, produzidos por 98 autores, que relatam suas experiências inovadoras e exitosas sobre o tema. Leia a notícia sobre o lançamento do livro aqui.

Perspectivas da Rede UNA-SUS

Francisco Eduardo de Campos, da SE/UNA-SUS explanou sobre educação permanente dos profissionais de saúde: a Universidade Aberta do SUS.

Iniciou sua fala abordando as dificuldades de comunicação entre professores e alunos de medicina no norte de Minas Gerais, onde não havia telefone em 1980. Desde aquela época, ele pensava como os recursos poderiam atender melhor às pessoas do país.

Campos contou como a UNA-SUS foi pensada, com o objetivo de disseminar o conhecimento por meio de cursos online, no qual os recursos poderiam ser reutilizadas por outras instituições. “Nós construímos, ao longo desses anos, uma grande iniciativa. Não existe, no mundo, algo como a UNA-SUS”, afirmou.

“Persistiremos ao levar Atenção Básica aos lugares mais remotos do Brasil. Não tem como solucionar essa questão sem que haja uma iniciativa intimamente ligada à qualificação desses profissionais. Essa é uma tendência que não podemos voltar atrás. O que avançamos em políticas sociais deve ser mantida no Brasil”, destacou.

Após a plenária, o coral da UFCSPA encantou os participantes do evento.

Talk show TCC: estratégias e possibilidades

O processo de desenvolvimento dos trabalhos de conclusão de curso na educação a distância foi tema do Talk show TCC: estratégias e possibilidades, com moderação de Márcia Rosa, da UFCSPA. Dalvan Antônio de Campos, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), contou que a Universidade procura adaptar o processo de trabalhos de conclusão para os cursos a distância com uma nova linguagem adaptada à internet. “A perspectiva é sempre de aproximar, usar tecnologias como meios para construção do tcc”, afirmou.


A UFSC investe em um processo de diálogo e capacitação dos tutores e orientadores no processo dos tcc’s. A plataforma auxilia o acompanhar o aluno no decorrer de todo o processo e,  em cada etapa o estudante é avaliado, facilitando o trabalho do orientador e de todos os envolvidos. “O tcc é uma troca de experiências e quando o aluno traz o projeto com a intervenção implementada, nos faz pensar que esse processo é muito efetivo para a realidade dos serviços de saúde”, destacou.

A coordenadora da UNA-SUS na Universidade de Pelotas (UFPel), Anaclaudia Gastal Fassa, destacou que o tcc é o produto final da especialização e deve refletir o propósito do curso, que na concepção da UFPel é melhorar a saúde nas unidades básicas de saúde. As especializações são um caminho, um meio para melhorar o serviço de saúde. “A ideia é que o aluno aprenda a fazer intervenções, focalizando nas populações prioritárias, capacitando-se para replicar essas intervenções no serviço”, afirma Anaclaudia.O tcc deve se desenvolver ao longo de todo o curso de uma maneira bastante articulada com os módulos do curso de forma que o aluno possa construir a intervenção. Segundo Anaclaudia, “o feedback aos alunos está focado em uma devolutiva que faz com que o aluno avance no seu trabalho, não é uma avaliação, é um retorno objetivo que aponte os pontos positivos e também apoie a reflexão teórica sobre a prática, a Ufpel investe na reflexão de como o referencial teórico aparece na prática”. A Universidade aposta no poder da conversa, na aprendizagem entre pares, uma rede de conversa para poder apoiar o desenvolvimento dos trabalhos e a troca de experiência entre os alunos.

Elza Bernardes Monier, da UFMA, relatou que a discussão sobre os tccs é muito interessante, pois existem poucos relatos sobre trabalhos de conclusão de curso na modalidade a distância. O processo de TCC foi abraçado por todos os setores da UFMA, de forma a desmistificar esse momento final para o aluno e o desafio de se reinventar com a tecnologia. Para Elza, essa questão dos TCCs deve estar sincronizada com as particularidades e dificuldades dos alunos. “Foi um processo árduo mas que conseguimos avançar e ter bons resultados”, afirma. As intervenções planejadas nos tccs devem ser vistas como algo a ser incorporado no serviço, algo que fica como contribuição. Um ponto a destacar é o empoderamento dos profissionais no sentido de como eles podem fazer a diferença.

Tecnologia da Informação

O dia foi encerrado com uma reunião dos técnicos de Tecnologia da Informação, abordando as principais características do Ares, Moodle e Plataforma Arouca, tirando as principais dúvidas dos técnicos a respeito desses sistemas. A conversa foi mediada pelo engenheiro de software Onivaldo Rosa Junior e contou com a participação de Aline Jacob, Daniel Guimarães, Luciana Dantas, Vinícius Oliveira e Gustavo Costa.




Fonte: Por Claudia Bittencourt e Rea Ribeiro Fotos: Lucas Barth UFCSPA