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Novo curso da UNA-SUS aborda os cuidados paliativos em casa

- Claudia Bittencourt



Estão abertas a partir dessa segunda-feira (11), as inscrições para o curso Cuidados Paliativos e Óbito no Domicílio, oferecido pela Universidade Federal de Pelotas (UFpel), integrante da Rede UNA-SUS.  Voltado para médicos e enfermeiros, a iniciativa tem como objetivo auxiliar esses profissionais a cuidar de pessoas sem possibilidade de cura e em situação de fragilidade, incluindo o suporte também às famílias e cuidadores, de modo a melhorar a qualidade de vida na fase final do processo de viver.

Assista ao teaser do curso:
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As matrículas podem ser realizadas até 10 de junho de 2016, pelo link: https://dms.ufpel.edu.br/maad-paliativo. Outros profissionais podem acessar os conteúdos do curso por meio do acesso a visitante, nesse caso, sem obtenção de certificado.

Com metodologia interativa, o módulo aborda diversos temas, entre eles: orientações ao cuidador, sedação paliativa no domicílio, ansiedade, depressão, espiritualidade, cuidados com feridas, hipodermóclise, paracentese e qualidade de vida. A carga horária é de 45 horas.

Cuidados Paliativos

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), os "Cuidados Paliativos consistem na assistência promovida por uma equipe multidisciplinar, que objetiva a melhoria da qualidade de vida do paciente e seus familiares, diante de uma doença que ameace a vida, por meio da prevenção e alívio do sofrimento, da identificação precoce, avaliação impecável e tratamento de dor e demais sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais".

Nesse sentido, o curso busca promover o cuidado integral do paciente baseado no conhecimento científico, valorizando as histórias de vida, os aspectos culturais, religiosos e sociais dos indivíduos e suas famílias.

De acordo com a professora Adjunta do Departamento de Enfermagem da UFPel e uma das conteudistas do curso, Elaine Thumé, os princípios dos cuidados paliativos consistem  na visão da morte como um processo natural da vida, o alívio da dor e aumento do conforto e da qualidade de vida do paciente.

A professora destaca que existem pontos considerados fundamentais no tratamento, como a integração do paciente e da família; avaliações rotineiras, com consultas frequentes e intervenções rápidas, e; a tomada de decisão com base em princípios éticos. Além disso, “ter uma equipe interdisciplinar com avaliação e condução de tratamentos para controle de todos os sintomas e a integração entre a equipe, familiares e pacientes é imprescindível, de modo a valorizar a comunicação com pactuações sobre o tratamento e a aceitação da morte”, afirma Thumé.

Arte: Tiago Botelho - SE/UNA-SUS

Para saber mais sobre a prática de cuidados paliativos, leia a entrevista completa com a conteudista:

Na prática, como são feitos os cuidados paliativos? Quais são os cuidados mais comuns?

Os cuidados paliativos ofertados pelos serviços de saúde podem ser ofertados no domicílio ou em instituições. O cuidado mais comum é o alívio da dor e dos sintomas que causem desconforto ao paciente considerando os aspectos físicos e espirituais.

Como a morte ou a eminência dela é tratada no curso? Qual é a importância de se tratar desse tema incluindo a família do paciente na discussão?

A morte ou sua eminência é tratada de forma natural, enfatizando a vida que ainda pode ser vivida mesmo na presença de doença que ameaça a continuidade da vida. A família tem papel central, pois poderá auxiliar a manter a tranquilidade necessária para enfrentar esse período. Poderá ser uma oportunidade para resolver e restabelecer laços afetivos. A família também precisa respeitar a vontade dos pacientes quanto aos cuidados e valorizar cada dia de vida.

A equipe multidisciplinar no SUS geralmente é composta por quais profissionais? Eles fazem a visita ao paciente em casa?

Geralmente as equipes são compostas por médico, enfermeiro, técnico ou auxiliar de enfermagem, fisioterapeuta e serviço social. Também participam do cuidado os fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, psicólogos, farmacêuticos, nutricionistas e odontólogos. O cuidado pode ser feito no domicílio ou em instituições hospitalares e a conformação das equipes irá depender da disponibilidade dos profissionais e dos recursos financeiros de cada serviço.

Em sua opinião, qual é o diferencial do curso?

O diferencial é que, por meio da educação a distância, profissionais terão disponíveis conteúdos que auxiliam na avaliação do paciente, sua família e cuidadores com potencial para aliviar a dor e o sofrimento no final da vida.

A resolução dos casos clínicos também tem o potencial de revisar a prática clínica com material para estudo complementar e resolução de testes do conhecimento. Destaca-se a participação de professores dos departamentos de medicina social e da enfermagem, com o apoio de discentes da pós-graduação e de profissionais do “Melhor em Casa” e do “Programa de Internação Domiciliar”, serviços que estão sob responsabilidade do Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas e que possibilitaram a oferta de casos clínicos com base na realidade vivenciada no dia a dia das equipes.

Também é ofertada orientação de avaliação integral do paciente, com destaque para espiritualidade e rede de apoio informal.

É destacada aos médicos a importância do preenchimento correto do atestado de óbito com a oferta de material para orientação.

Programa Multicêntrico de Qualificação Profissional em Atenção Domiciliar à Distância

O curso faz parte do Programa Multicêntrico de Qualificação Profissional em Atenção Domiciliar à Distância, que tem como objetivo de fazer com que gestores se tornem aptos a implantar e gerenciar serviços de atenção domiciliar e que profissionais da atenção à saúde desenvolvam habilidades para qualificar o atendimento prestado nessa modalidade.

O programa é online e composto por 19 módulos e é resultado de uma parceria entre o Ministério da Saúde e Universidades integrantes da Rede Universidade Aberta do SUS (UFMA, UFC, UFSC, UFMG, UFCSPA, UFPE, UFPel, UERJ), que oferecem os cursos. Para saber mais, acesse: http://www.unasus.gov.br/cursoAD.

Fonte: SE/UNA-SUS, por Claudia Bittencourt