Curso

Universidade Aberta do SUS lança atualização do curso Vacinação contra o HPV

A qualificação aborda as características do vírus, sua relação com vários tipos de câncer e outros agravos, além de tratar das ações necessárias para operacionalizar a vacina.

- Ascom SE/UNA-SUS



Atentos à importância da vacinação contra o Papilomavírus Humano (HPV) para a proteção de meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos, o Ministério da Saúde e a Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS) lançam, nessa quarta-feira (3/10), a atualização do curso online Vacinação contra o HPV. A qualificação é oferecida pela Universidade Federal de Pernambuco, integrante da Rede UNA-SUS, e os conteúdos foram elaborados em parceria com a Coordenação do Programa Nacional de Imunizações.

A primeira versão do curso foi lançada de 2014. Desde então, foram quatro ofertas e mais de 20 mil matrículas. Agora, o curso foi atualizado para contemplar as mudanças das diretrizes do Ministério da Saúde com relação à vacinação.

Profissionais de saúde de todo território nacional e demais interessados no tema podem se matricular até o dia 31 de março de 2019, pelo link. O início é imediato e, como em todas as ofertas da UNA-SUS, o curso é inteiramente gratuito.

Com carga horária de 30 horas, as três unidades da capacitação abordam as características do HPV e sua relação com o câncer; a importância da vacina e sua operacionalização e orientações para registro nominal de vacinação, na qual são informados o quantitativo de adolescentes, o acompanhamento da cobertura vacinal e o registro da segunda dose. Para dinamizar o conhecimento, o curso utiliza recursos educacionais como hiperlinks, ilustrações e infográficos.

A vacinação de adolescentes de ambos os sexos contra o vírus é uma importante estratégia de saúde pública para a prevenção do câncer do colo do útero, além de contribuir também para a redução de outros cânceres, como de vagina, vulva, pênis, ânus, boca e orofaringe, bem como de outros agravos relacionados ao HPV, como as verrugas genitais e a papilomatose de laringe. Para a coordenadora técnico-pedagógica do curso na UNA-SUS/UFPE, Josiane Machiavelli, “essa formação colabora com o êxito da Campanha de Vacinação contra o HPV e com o alcance das metas de vacinação definidas pelo Ministério da Saúde”, afirma.

De acordo com a técnica do Programa Nacional de Imunizações, Francieli Fontana Sutile Tardetti, o curso é de extrema importância para profissionais da saúde e da educação para um maior conhecimento sobre o tema e desmistificação de algumas questões que interferem na adesão à vacinação, como o mito de que a vacina não é segura, ou o adolescente que toma a vacina inicia mais precocemente a atividade sexual.

Para Francileli, o curso é importante para “qualificar profissionais para executar as ações de vacinação com a vacina HPV, promovendo segurança aos adolescentes e seus pais no ato da vacinação, bem como nas orientações pós-vacinação”, afirma. “A partir disso, espera-se que haja um aumento da adesão dos adolescentes para tão importante vacina, uma vez que a não vacinação pode trazer danos significativos a esse público, tais como o desenvolvimento de cânceres e verrugas genitais, esta última uma doença estigmatizante, negativa para o indivíduo acometido. Espera-se também que haja uma maior integração das unidades básicas de saúde com as escolas para elaboração de estratégias de vacinação do público-alvo”.

HPV NO BRASIL

Segundo estudo realizado pelo projeto POP-Brasil em 2017, a prevalência estimada do HPV no Brasil, na faixa etária de 16 a 25 anos, é de 54,3 %. O estudo entrevistou 7.586 pessoas nas capitais do país. Os dados da pesquisa mostram que 37,6 % dos participantes apresentaram HPV de alto risco para o desenvolvimento de câncer.

O estudo indica ainda que 16,1% dos jovens tem uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) prévia ou apresentaram resultado positivo no teste rápido para HIV ou sífilis. Os dados finais desse projeto serão disponibilizados no relatório a ser apresentado ao Ministério da Saúde até o final do ano.

O projeto POP-Brasil é uma parceria do Ministério da Saúde, o Hospital Moinhos de Vento (RS), a Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), Universidade de São Paulo (Faculdade de Medicina (FMUSP) – Centro de Investigação Translacional em Oncologia), Grupo Hospitalar Conceição (GHC), Secretarias Municipais de Saúde das capitais brasileiras e Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal.

Estudos internacionais também apontam o impacto da vacinação na redução do HPV. Nos EUA, dados mostram uma diminuição de 88% nas taxas de infeção oral por HPV. Na Austrália, redução da prevalência de HPV de 22.7% (2005) para 1.5% (2015) entre mulheres de 18–24 anos. Outro estudo internacional mostra que nos EUA, México e Brasil entre homens de 18 a 70 anos: brasileiros (72%) têm mais infecção por HPV que os mexicanos (62%) e norte-americanos (61%).

CÂNCER

A vacina HPV previne vários tipos de cânceres contribuindo com a redução da incidência de cânceres nas mulheres e homens. No mundo, dos 2,2 milhões de tumores provocados por vírus e outros agentes infecciosos, 640 mil são causados pelo HPV. A vacina utilizada no país previne 70% cânceres do colo útero, 90% câncer anal, 63% do câncer de pênis, 70% dos cânceres de vagina, 72% dos cânceres de orofaringe e 90% das verrugas genitais. Além disso, as vacinas HPV protegem contra o pré-câncer cervical em mulheres de 15 a 26 anos, associadas ao HPV16 /18.  A vacina é segura e não aumenta o risco de eventos adversos graves, aborto ou interrupção da gravidez.



Fonte: SE/UNA-SUS, com informações da UNA-SUS/UFPE e Ministério da Saúde.