Institucional

UNA-SUS participa de Oficina Regional do Programa Mais Médicos

O objetivo é promover a discussão do diagnóstico da Atenção Primária à Saúde nas cinco regiões do país, fomentando o aprimoramento das ferramentas de trabalho e instâncias regionalizadas para o acompanhamento do Programa.

- Claudia Bittencourt - Ascom SE/UNA-SUS



Com a retomada do Programa Mais Médicos para o Brasil (PMMB), o Ministério da Saúde realizará oficinas em todas as regiões do Brasil. A primeira acontece em Brasília, nos dias 24 e 25 de agosto, e representa a região Centro Oeste.

O objetivo do evento é promover a discussão do diagnóstico da Atenção Primária à Saúde nas cinco regiões do país, fomentando o aprimoramento das ferramentas de trabalho e instâncias regionalizadas para o acompanhamento do Programa. Durante as oficinas, também serão construídos os planos de trabalho estaduais para o acompanhamento e fortalecimento das Comissões de Coordenação Estaduais (CCE's) do PMMB.

A UNA-SUS é responsável pelas ofertas de cursos de Especialização em Medicina de Família e Comunidade do Programa, que conta com 32 módulos e carga horária de 975 horas. Para a secretária executiva, Fabiana Damásio, é necessário desenvolver estratégias para avançar nos processos de formação, fortalecendo a Atenção Primária à Saúde e o acolhimento da comunidade no território. “Estar aqui é uma vitória e acende em nós a esperança de que podemos construir, de forma coletiva, estratégias para enfrentar e vencer as dificuldades dos mais diversos territórios do Brasil”. Fabiana ressalta que, para atingir a este objetivo, é preciso mergulhar nas especificidades de cada região.

Para o diretor de Programa da Secretaria de Atenção Primária à Saúde, Felipe Proenço, nos 10 anos de implementação do Mais Médicos, foi possível comprovar os resultados do Programa, que ampliou o acesso a saúde, contribuiu para diminuição de internações e redução da mortalidade infantil, por exemplo. “Estamos retomando uma política pública que tem como objetivo atender à população, respondendo às necessidades sociais”, afirmou. Ele também destacou que, por meio de diferentes estratégias - como especialização, o Programa promove equidade, questão fundamental em um país desigual como o Brasil.

Para representante da Organização Pan-Americana da Saúde no Brasil (OPAS/OMS), Socorro Gross, a OPAS considera o Mais Médicos como um dos Programas mais bem sucedidos na Atenção Primária nas Américas. “É um sonho realizado”, afirma. Gross ressaltou a importância da integração ensino-serviço. “Nós acreditamos que a formação não acaba quando se termina a faculdade. Se realmente acreditamos no papel da APS em atender às necessidades das famílias, que é o eixo estruturante da sociedade, a especialização é fundamental para podermos fazer uma revolução da APS em serviço”, destacou.

Para representante do CONASEMS, Marcia Cristina Marques, o Conselho vai sempre defender o Mais Médicos. “É um pleito dos gestores, e impacta positivamente na atenção à saúde nos municípios brasileiros. Queremos contribuir para APS resolutiva, inclusiva e humanizada. Ao final das oficinas, esperamos que o programa saia com mais subsídios para se fortalecer”, salientou.

A mesa de abertura da Oficina Regional do Programa Mais Médicos Região Centro Oeste contou também com a presença do coordenador geral de Expansão e Gestão da Educação em Saúde do Ministério da Educação, Francisco Neves; da diretora do Departamento de Apoio à Gestão da Atenção Primária (DGAPS) da Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS/MS), Luciana Maciel; do subsecretário de Atenção à Saúde, da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, Mauricio Fiorenza. Contou também com a declamação de poesias do psicólogo Paulo Roberto.

Após a abertura, Luciana Maciel realizou a apresentação Estratégia Nacional para Formação de Especialistas para a Saúde e Panorama Regional do PMMB. “O mundo está discutindo a escassez de médicos. Com o Programa, conseguimos concentrar mais médicos em municípios de alta vulnerabilidade”, afirmou.

Também foram apresentados alguns resultados do Programa. Entre os anos de 2007 e 2018, foi houve 24,7% de redução da taxa de mortalidade infantil e de 21,1% da taxa de mortalidade neonatal, especialmente em municípios de alta vulnerabilidade.

Dados de 2018 e 2019, indicam que a saída de profissionais do PMMB de municípios, sem a devida substituição, esteve associada a um aumento de até 58% na mortalidade de crianças menores de cinco anos, enquanto nas cidades onde o número de médicos se manteve estável, a queda no número de mortes infantis continuou.

O Mais Médicos conta com um arcabouço de 57 Instituições responsáveis pela supervisão acadêmica dos médicos participantes; 177 tutores acadêmicos e 1.830 supervisores, que acompanham diretamente a atividade dos profissionais. Ao total, mais de 34 mil médicos se inscreveram no edital nº 5 do Programa, que prevê 5.970 vagas até então.

Fotos: Larissa Borges



Fonte: SE/UNA-SUS