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UNA-SUS participa de iniciativa pela causa do autismo no Maranhão

- Ascom SE/UNA-SUS



Quando uma criança apresenta dificuldades para aprender a falar, problemas de interação social e movimentos repetitivos sem nenhum motivo aparente pode ser autismo. Mais recentemente, cunhou-se o termo Transtorno do Espectro Autista (TEA) para englobar o Autismo, a Síndrome de Asperger e o Transtorno Global do Desenvolvimento Sem Outra Especificação. A patologia, em muitos casos, não consegue ser diagnosticada com precisão e no tempo adequado devido à falta de capacitação de profissionais de área da saúde, sobretudo, no Maranhão.

Com o objetivo de unir esforços para criar mecanismos que possam capacitar o profissional de saúde do Estado para o diagnóstico preciso do autismo, a Universidade Federal do Maranhão, a UNA-SUS/UFMA, as secretarias municipais da Criança e Assistência Social (Semcas),  de Desenvolvimento Econômico e Social, e de Saúde (Semus), através da Superintendência de Saúde e Educação de São Luiz, se reuniram com membros do Ilha Azul, grupo formado por pais de crianças com Transtorno do Espectro Autismo (TEA), na quarta-feira (20), na sede da UNA-SUS/UFMA.

Para alcançar o objetivo proposto, cada uma das instituições se comprometeu com a realização de uma meta. A partir de proposta da Superintendência de Saúde e Educação da Semus, a UNA-SUS/UFMA produzirá uma cartilha explicativa sobre o autismo, que será entregue aos profissionais de saúde nas unidades municipais em momentos formativos presenciais, além de inserir o tema nos cursos do PROVAB e Saúde Materno-Infantil. Também ficou sob responsabilidade da UNA-SUS/UFMA a produção de vídeos sobre o autismo para veiculação em TVs.

A Semcas se disponibilizou a dar todo o apoio às famílias de crianças com autismo por meio dos programas sociais do Governo Federal, além de acompanhamento, através do Núcleo de Apoio a Pessoa com Deficiência da Secretaria. A iniciativa também vai contar com toda a ajuda da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Social, através da captação de apoio em segmentos da sociedade.

Ilha Azul – O grupo surgiu com o intuito de desenvolver atividade de assistência integral e multiprofissional para atendimento aos indivíduos com TEA. É uma entidade de direito privado, sem fins lucrativos, que tem, entre seus objetivos específicos, a capacitação de profissionais especializados no atendimento de indivíduos com TEA, elaboração e fomento de políticas públicas que respaldem o desenvolvimento, o trabalho e a assistência ao indivíduo com TEA, além de promoção de debates, organização de eventos, seminários, feiras, cursos, especializações e ciclos de palestras sobre o tema.

“O grupo surgiu da necessidade dos pais que, quando tem um diagnóstico de TEA, não sabem o que fazer e para onde ir. Nós nos juntamos para trocar apoio mútuo, dividir experiências e conhecimentos”, relata umas das criadoras do Ilha Azul, Iêda Areia.  

O grupo vai realizar, nos dias 06 e 07 de abril, a 1ª Jornada Maranhense de Autismo, que vai contar com vasta programação sobre o tema, além da participação de renomados especialistas, como o dr. Thomas S. Higbee, professor associado no Departamento de Educação Especial e Reabilitação na Utah State University; drª Meca Andrade, especialista e doutoranda em Análise do Comportamento pela Western New England University; drª Cássia Leal, psicóloga e mestra em Psicologia Experimental e Análise do Comportamento; e drª Rosa de Morais, médica pediatra e especialista em Infância e Adolescência.

Autismo – O autismo é uma inadequação no desenvolvimento, uma síndrome caracterizada por alterações que se manifestam na interação social, na comunicação e no comportamento. Pode ser incapacitante e aparece, geralmente, nos três primeiros anos de vida. Acomete cerca de 20 entre cada 10 mil nascidos e é quatro vezes mais comum no sexo masculino do que no feminino. É encontrado em todo o mundo e em famílias de qualquer configuração racial, étnica e social. Não se conseguiu, até agora, provar qualquer causa psicológica no meio ambiente dessas crianças que possa causar a doença.

Na verdade, as causas ainda não foram claramente identificadas e várias abordagens de comportamento têm sido desenvolvidas. Os prejuízos estão diretamente relacionados ao grau de autismo que a pessoa apresenta. Algumas das pessoas com autismo apresentam inteligência e fala intactas, outras apresentam também retardo mental, mutismo e importantes retardos no desenvolvimento da linguagem. Algumas parecem fechadas e distantes, outras presas a comportamentos restritos e rígidos padrões de conduta.

Segundo a ASA - Autism Society of American (em português: Associação Americana de Autismo), os sintomas são causados por disfunções físicas do cérebro, verificados pela anamnese ou presentes no exame ou entrevista com o indivíduo. Incluem:

1.  Distúrbios no ritmo de aparecimentos de habilidades físicas, sociais e linguísticas.

2.  Reações anormais às sensações. As funções ou áreas mais afetadas são: visão, audição, tato, dor, equilíbrio, olfato, gustação e maneira de manter o corpo.

3.  Fala e linguagem ausentes ou atrasadas. Certas áreas específicas do pensar, presentes ou não. Ritmo imaturo da fala, restrita compreensão de ideias. Uso de palavras sem associação com o significado.

4.  Relacionamento anormal com os objetivos, eventos e pessoas. Respostas não apropriadas a adultos e crianças. Objetos e brinquedos não usados de maneira devida.