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UNA-SUS abre inscrições para nova turma do curso Saúde das Populações do Campo, da Floresta e das Águas

- Ascom SE/UNA-SUS



Estão abertas, a partir dessa quarta-feira (20), as inscrições para nova turma do curso Saúde das Populações do Campo, da Floresta e das Águas, ofertado pela Universidade Federal do Ceará, integrante da Rede Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS). A iniciativa é fruto da parceria com a Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde (DAGEP/SGEP/MS) e contou também com a colaboração do Grupo da Terra.

As inscrições podem ser feitas até 19 de outubro de 2016, pelo site.

O objetivo do curso é disseminar o conhecimento para que profissionais de saúde reflitam sobre como os processos de trabalho e modos de vida das Populações do Campo, da Floresta e das Águas podem influenciar nos processos de saúde e adoecimento, transformado assim práticas de cuidado.

 Com carga horária de 45 horas, o curso possui três unidades, que tratam sobre os Modos de Vida e Situação de Saúde; Vigilância e Promoção da Saúde e Atenção à Saúde e Práticas do Cuidado. Os conteúdos foram formulados com base na Portaria Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo, da Floresta.

O público-alvo são profissionais de saúde, mas demais interessados no tema também podem se matricular, independente da formação, incluindo gestores do SUS, conselheiros de saúde, lideranças e ativistas.

Arte: Tiago Botelho (SE/UNA-SUS)

Claudio Calhau de Castro é oficial médico na reserva do Ministério da Defesa e atua no Rio de Janeiro. Ele realizou o curso em sua última oferta e afirma que foi uma excelente reciclagem, aprimoramento técnico e conhecimentos científicos. “Nos remete à atualidade nacional, mostrando as agruras a que nossa população é submetida”. O médico infectologista e sanitarista conta que a aplicabilidade foi grande, sobretudo para palestras, atendimento clínico e trabalho de campo no interior do estado. “Minha maior motivação em realizar o curso foi a necessidade de aprimoramento profissional, pela necessidade de enfrentamento a realidade do povo nestas condições voltadas para o meio ambiente e suas intempéries”, explica.

De acordo com a diretora de Apoio à Gestão Participativa da Secretária de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde (DAGEP/SGEP/MS), Kátia Souto, o curso compõe o desafio da educação permanente para o SUS, buscando dialogar com os profissionais de saúde e sensibilizar os gestores. “Para nós, essa é uma ação de grande importância para ampliar o acesso das populações do campo, da floresta e das águas aos serviços de saúde, contribuindo para promoção da equidade em saúde e reconhecendo que os modos de produção e os processos de trabalho incidem na saúde dessas populações de forma diferenciada”.  A diretora explica que a proposta é sensibilizar os profissionais de saúde e gestores para repensar as formas de organização da rede de atenção à saúde e as práticas de cuidado junto a essa população.

Para a coordenadora executiva do Núcleo de Tecnologias e Educação à Distância em Saúde da Universidade Federal do Ceará (NUTEDS/UFC), Raquel Rolim, o curso faz parte de uma iniciativa muito importante para a capacitação de profissionais da área da saúde, especialmente no âmbito do Programa de Valorização da Atenção Básica (Provab). “É uma iniciativa inovadora, porque nós ainda não tínhamos, no país, um projeto deste tipo e tem sido um sucesso. Basta ver a quantidade de pessoas inscritas que nós tivemos nas duas turmas anteriores”.

Balanço

A primeira turma do curso foi lançada há pouco mais de um ano, em 10 de junho de 2015. Desde então, a iniciativa alcançou mais de 14 mil matriculados e 3.652 concluintes em todo Brasil. São Paulo (473) , Minas Gerais (384) e Paraná (332) são os estados com maior número de inscritos.

As categorias profissionais de maior representatividade são compostas por enfermeiros (23,75%); técnicos e auxiliares de enfermagem (19,36%) e profissionais que ocupam cargos de gestão, administrativos e profissionais fora da área da saúde (16,41%). Eles atuam em Centros de Saúde e Unidades Básicas (39,56%), hospitais (17,30%) e Secretarias de Saúde (10,07%).

A maioria do público do curso é composta por jovens, nas faixas de 31 a 35 e de 30 a 26 anos, respectivamente. Para Souto, esse ponto pode ser positivo para possibilitar ações de protagonismo e disseminação das informações do curso. “Os jovens profissionais do SUS estão iniciando suas trajetórias profissionais e, por isso, estão mais abertos a inserirem novos olhares e saberes em suas práticas. A ideia é que esses profissionais também sejam multiplicadores, na perspectiva de adotar outra lógica de organização do sistema de saúde e práticas de cuidado, buscando caminhos para que as necessidades e especificidades de saúde das populações do campo, da floresta e das águas sejam vistas e contempladas no atendimento de saúde”, afirma.

A técnica em enfermagem e assistente social, Clarice José Pires trabalha na Associação de Pais e Amigos dos Excepcional (APAE) em Unaí/MG e a abordagem da política de saúde foi um dos fatores que a motivou a realizar o curso. “Sempre acreditei na informação que é uma forma de prevenir todos os males. Essa população fica esquecida, sem informações acerca de conhecimentos das políticas públicas”, diz. “Parabenizo a iniciativa do seguimento do curso, por meio de uma abordagem simples, baseada na interação do indivíduo com o meio ambiente e com a comunidade em que ela vive na questão de saúde”, conclui.

Para saber mais, acesse também a página do curso no site da SE/UNA-SUS: http://www.unasus.gov.br/cursos/campo_floresta_aguas.

Fonte: SE/UNA-SUS, por Claudia Bittencourt