Rede UNA-SUS se reúne em Simpósio

No último dia do 8º CBTms representantes de instituições da UNA-SUS se reuniram em um simpósio para discutir boas experiências da Rede.

O médico consultor da UNA-SUS, Pedro Brito, apresentou resultados de um estudo exploratório que analisou 2.163 projetos de intervenção da realidade da saúde local, produzidos pelos alunos no modelo de Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC)  de especialização do curso de saúde da família, que estão disponíveis no Acervo de Recursos Educacionais em Saúde (ARES). Nessa mostra, a maioria dos trabalhos foram de alunos da UNA-SUS/UFPel e UNA-SUS/UFMG-Nescon.

O estudo objetivou refletir se, nos trabalhos, há elementos para a construção de um programa de educação permanente. Para tanto, foi realizada uma revisão de 300 TCCs, de onde surgiu uma caracterização dos alunos e dos enfoques das intervenções propostas.

Diante do estudo foi identificado que a maioria dos TCCs tem mais de cinco anos desde a sua publicação. "Vale a pena fazer um trabalho de atualização e tentar homologar alguns critérios básicos para o alinhamento dos materiais entre as instituições", conclui Pedro Brito. Além disso, ele recomenda tratar de assuntos como trabalho em rede e outros serviços sociais. "A atenção básica extrapola a Unidade Básica e os TCCs ainda estão muito presos a elas e aos médicos. Além disso, os estudos mostram que a participação das enfermeiras como gestoras é fundamental. É preciso pensar nisso também.", justificou ele. "Se estamos pensando em atenção básica, não podemos pensar só nos médicos. Não passa – somente por eles. Esse é um ponto que merece discussão”, conclui. 

Ainda durante o encontro, a coordenadora da UNA-SUS/UFPel, Anaclaudia Fassa falou sobre os criteriosos métodos de avaliação desses trabalhos para aprovação do aluno na especialização. “O que pedimos para o aluno fazer está dentro de suas atribuições como profissional de saúde da família, dessa forma, as intervenções na realidade devem ser aplicadas”, contou.

A utilização de casos clínicos na formação de profissionais da saúde foi apresentada pela coordenadora da UNA-SUS/UFCSPA, Maria Eugênia Bresoli. Ela conta que a instituição tem utilizado frequentemente as narrativas para dinamizar o aprendizado. Assim, os casos clínicos ficam disponibilizados no âmbito das cidades virtuais, criadas para ambientar o aluno em um contexto rico em detalhes sobre a localidade simulada. 

Para Eugênia, o fato de cada instituição da UNA-SUS ter diferentes expertises enriquece a troca de experiências entre a Rede. 

Os experimentos inovadores no programa educacional modular de tuberculose, constituído por cinco unidades independentes, permite micro certificações. Cada um desses blocos foi pensado com base nos diferentes processos de trabalho, levando em conta as especificidades das populações indígenas; em situações de rua; pessoas privadas de liberdade, com coinfecção TB/HIV e a população geral. Antes de escolher o primeiro curso que realizará, o aluno deve primeiro verificar a ferramenta TB no Município, que mostra a incidência da doença na localidade do estudante e faz uma recomendação de qual módulo seguir primeiro.