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Pesquisa associa uso de remédios para dormir e ansiedade à demência

- Claudia Bittencourt



Estudo da Universidade de Bordeaux, na França, associa o uso de remédios para dormir à demência. A pesquisa analisou pessoas com mais de 66 anos que tomavam remédios à base de benzodiazepina. Aqueles que usaram os medicamentos por pelo menos três meses apresentaram maiores chances de sofrer de demência.

Os pesquisadores dizem, entretanto, que o estudo não deve ser considerado como prova definitiva deste vínculo, mas que serve de alerta. "O uso prolongado e injustificado dessas drogas (benzodiazepinas) deve ser considerado uma preocupação de saúde pública", escreveu a coordenadora da pesquisa, Sophie Billioti de Gage.

Outros especialistas dizem que a pesquisa não estabeleceu o motivo para a relação entre os remédios e a doença. "Uma das limitações do estudo é que as benzodiazepinas tratam justamente sintomas que podem ser indicadores do início do Mal de Alzheimer, como ansiedade e distúrbios do sono", disse à BBC Eric Karran, diretor de pesquisas da organização não-governamental Alzheimer's Research UK.

Esta opinião coincide com a de outro especialista, Guy Goodwin, da Faculdade Europeia de Neurofarmacologia.

Já o principal pesquisador da instituição britânica Alzheimer's Society, James Pickett, afirmou que as descobertas são preocupantes, já que só na Grã-Bretanha 1,5 milhão de pessoas são tratadas por benzodiazepinas. As regras do sistema público de saúde britânico, o NHS, estipulam o uso dos medicamentos por um período de oito e doze semanas.

Especialistas vêm pedindo uma melhor observação dos efeitos colaterais do uso de benzodiazepinas, especialmente entre adultos com mais idade.

Fonte: BBC Brasil