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Novos cursos de medicina levam desenvolvimento ao interior

- Ascom SE/UNA-SUS



Ao longo dos dois anos do Mais Médicos, foram criadas 5,3 mil novas vagas de graduação, sendo 1,7 mil em universidades públicas e 3,6 mil em instituições privadas, alcançando 81 municípios de todas as unidades federais. Nesse período, o número de vagas em cidades que não são capitais teve crescimento acentuado, chegando neste ano a 65% de toda a oferta disponível em território nacional.

Um dos municípios sertanejos que recebeu um novo curso pelo Mais Médicos é Caicó. Famosa por seu bordados típicos, a principal cidade da região do Seridó, no centro-sul do Rio Grande do Norte, vem experimentando um calor diferente depois que o novo curso de medicina, criado com o Mais Médicos, se instalou por ali.

Inaugurado em julho de 2014 pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), o curso tem atividades nos municípios de Caicó, Santa Cruz e Currais Novos. São 40 vagas de graduação por ano, e até 2017, poderá chegar a 80. Entre os alunos, 70% são oriundos da região, composta por cerca de 40 municípios e uma população de 436 mil habitantes. “Um curso como esse gera emprego, renda, traz mais gente para se estabelecer aqui, aquece o mercado imobiliário, o comércio como um todo. É uma cadeia que aquece a nossa economia”, diz o prefeito de Caicó, Roberto Germano. Para atender à demanda dos estudantes, professores e demais profissionais, ocorreu na cidade um aumento natural da oferta de serviços de hospedagem, lavanderia, restaurantes, inclusive filiais de negócios da capital.

Fenômenos desse tipo, segundo especialistas, se devem ao fato de que a presença de cursos de graduação em uma cidade é um fator de desenvolvimento social, tanto porque atrai investimentos, quanto pelo fato de minimizar o chamado êxodo educacional, retendo jovens que antes se mudariam para outras cidades em busca de formação.

E como um curso são se faz só de alunos, a UFRN aprovou em concurso vários professores que são médicos da região e que, com esse novo vínculo, terão um estímulo a mais para permanecer ali. “Esses professores locais já conhecem o perfil de saúde da região. Embora com experiência clínica e acadêmica, muitos ainda não têm mestrado e doutorado, então, a nossa política de qualificação de pessoas incentiva esses professores a se qualificar ainda mais”, afirma a reitora da UFRN, Ângela Paiva. “É um ciclo virtuoso, não só do ponto de vista da educação, que já é um fator de desenvolvimento, mas do ponto de vista socioeconômico. A cidade se transforma, já está transformada”, ressalta.

O consultório vai à feira - A valorização do envolvimento comunitário é um dos princípios do curso de medicina da UFRN no interior do estado. Com foco na atenção básica, os alunos participam de atividades junto à população desde os primeiros períodos, o que contribui para a formação e, ao mesmo tempo, reforça o serviço local de saúde.

Uma ação que aproxima os alunos da comunidade é o projeto Saúde na Feira, realizado regularmente aos sábados na feira de Caicó. As pessoas, inclusive os moradores da zona rural, que comparecem ao local têm a oportunidade de receber orientações de saúde. Em meio às bancas de frutas e legumes, os alunos dialogam com as pessoas sobre práticas preventivas, realizam aferição de pressão, dão orientações nutricionais e encaminham os cidadãos para as unidades básicas de saúde. “O curso já nasce com essa perspectiva social importante”, conclui a reitora.

Fonte: Ministério da Saúde