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Mortes no trânsito custam R$ 28 bilhões por ano

- Claudia Bittencourt



O Brasil é hoje o quinto país no mundo com mais mortes causadas por acidentes no trânsito, e a violência envolvendo particularmente motos está se tornando uma verdadeira epidemia no país. O número de mortes no trânsito no Brasil fez 42.266 vítimas em 2013, alta de 29% desde 2000. Em pesquisas realizadas por telefone, uma entre quatro pessoas assume que dirige sob efeito de álcool no Brasil.

Foto: Agência Brasil (2012)

Com essas cifras, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, confirmou ontem em Genebra que o governo federal discute muitas medidas para aumentar a fiscalização e aprimorar a legislação a fim de reduzir os acidentes. Ele afirmou também que alguns estudos apontam para impacto econômico de R$ 28 bilhões por ano com essa violência, somando gastos da previdência social, saúde pública e privada, absenteísmo na escola e no trabalho, entre outros.

A inquietação aumentou no Brasil com a disparada de mortes em acidentes com motos, que representa agora 28% dos óbitos no trânsito. Envolve principalmente pessoas entre 20 e 49 anos. "Imagine o impacto econômico dessa situação, num país que está envelhecendo e que já perde um número importante de pessoas ativas por esse tipo de acidente", disse o ministro.

As causas vão de despreparo a baixa fiscalização, uso de álcool e excesso de velocidade. O custo econômico é enorme. Em 2013, 171 mil internações no SUS foram causadas pela violência no trânsito e custaram R$ 231 milhões.

A frota nacional de motos cresceu 247% em 10 anos. As internações por acidentes com esse tipo de veículo aumentaram 115% no período e o custo para a saúde pública cresceu 170,8%, segundo o ministro. O Piauí é o campeão nacional de mortes por motos.

O governo federal estuda medidas que podem inicialmente se concentrar em 180 cidades que somam 50% das mortes por trânsito no Brasil. No caso das motos, uma ideia é que o capacete seja incluído no financiamento do veículo. É que atualmente o capacete chega a custar quatro vezes o valor da primeira prestação, e muita gente acaba não comprando o equipamento.

Em reunião hoje com vários países para discutir a violência no trânsito, Arthur Chioro notou que na Rússia, Tailândia, África do Sul a situação é absolutamente idêntica ao que acontece no Brasil. Em novembro, Brasília vai sediar a segunda grande conferência internacional para prevenir acidentes de trânsito.

Fonte: Valor Econômico