Geral

Moradora da Rocinha teve tuberculose e hoje trabalha no combate à doença

- Ascom SE/UNA-SUS



A campanha desde ano de combate à tuberculose do Ministério da Saúde apresentou o cantor e compositor de pagode Thiaguinho como exemplo de superação da doença. Mas existem várias histórias de sucesso como a de Thiaguinho espalhadas por todo o Brasil. Umas dessas é a história de Rita Smith, moradora da Rocinha, no Rio de Janeiro (RJ). Ela teve tuberculose duas vezes e hoje trabalha como Agente Comunitária de Saúde (ACS) na luta contra a doença dentro da comunidade.

Rita tem 51 anos, é mãe solteira, tem dois filhos, nasceu e foi criada na comunidade da Rocinha, maior favela da cidade do Rio de Janeiro. Rita conheceu a tuberculose quando sua mãe contraiu a doença, chegando a falecer por não cumprir o tratamento. “Não sabemos se ela tomava o remédio certinho, e ela também não foi até o final do tratamento. Na época não tínhamos muito esclarecimento, poucos sabiam sobre a doença”, explica Rita.

Um dos principais desafios para combater a tuberculose é conseguir manter o paciente fazendo o tratamento durante os seis meses, sem abandoná-lo. Como já no primeiro mês o paciente sente uma melhora nos sintomas, alguns podem achar que estão bons e largar o tratamento. Foi o que ocorreu também com Rita, quando contraiu a doença pela primeira vez.

“Dois meses depois de começar eu parei a medicação. Achava que estava curada, não sentia mais os sintomas. Além de que tinha que voltar ao trabalho e o remédio me fazia sentir mal”, explica Rica Smith. Dez anos depois, Rita contraiu a tuberculose pela segunda vez, quando estava debilitada pelo uso de álcool e outras drogas. “Estava muito debilitada, não sabia que era tuberculose”, conta.

“Ela é uma doença oportunista e aparece quando nossa imunidade está baixa. Seja por qualquer motivo, fome, drogas ou outra enfermidade”, explica a hoje Agente de Saúde Rita. Sem dinheiro e emprego, Rita Smith teve que contar com a ajuda de amigos e dos profissionais de saúde que a ajudaram a tratar a tuberculose, dessa vez até o fim. “A médica que cuidou de mim foi minha grande mestra. Graças a ela estou nessa profissão, todo dia ela me ensinava um pouco sobre a tuberculose”, ressalta Rita.

Depois de curada, conseguiu um emprego e assim que foi publicado um concurso para Agente Comunitária de Saúde (ACS) no combate à tuberculose na Rocinha, ela fez a prova e foi uma das primeiras colocadas. “Hoje tenho o maior orgulho de ser ACS. É muito gratificante porque agora posso salvar muitas vidas, pois não pude salvar minha mãe da tuberculose. É como se cada pessoa com tuberculose que ajudamos, eu estivesse ressuscitando um pouco minha mãe”, fala Rita, emocionada.

Após vencer as drogas e se curar da tuberculose, Rita Smith acredita que tem uma missão na vida: passar para frente todo o conhecimento sobre a tuberculose que ela adquiriu. “Eu amo essa causa. Quantas e quantas pessoas nós conseguimos tirar do fundo do poço, é apaixonante trabalhar no combate à tuberculose”, revela Rita Smith.

 

Fonte: Blog da Saúde