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Ministério da Saúde realiza primeira oficina do Programa Nacional de Equidade de Gênero, Raça e Valorização das Trabalhadoras no SUS

Ciclo de eventos vai percorrer as cinco regiões brasileiras e busca sensibilizar multiplicadores sobre o tema.

- Ascom SE/UNA-SUS



As desigualdades de gênero e étnico-racial ocupam espaço histórico na sociedade. Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2022, das 48,8 milhões de mulheres negras em idade para trabalhar, somente 51,5% estavam no mercado de trabalho, além de receberem menos da metade dos rendimentos que homens brancos e cerca de 60% do rendimento médio das mulheres brancas/amarelas. Para sensibilizar gestores, trabalhadores, movimentos sociais e usuários do Sistema Único de Saúde sobre equidade na rede pública, o Ministério da Saúde realiza, nesta quinta-feira (6), em Brasília (DF), a primeira oficina do Programa Nacional de Equidade de Gênero, Raça e Valorização das Trabalhadoras no SUS. 

As mulheres representam a maioria da força de trabalho nos setores da saúde. Somente na rede pública, são mais de 2,1 milhões de mulheres, o que representa 74% da força de trabalho no SUS. Nesse contexto, o desafio é evitar as diversas violências no trabalho, estabelecendo ambientes seguros, relações que favoreçam diálogo, participação, transparência, ética, valorização e respeito à diversidade humana (gênero, identidade de gênero, raça e etnia, sexualidade, geração e deficiências). Em 2019, de acordo com o Fórum Econômico Mundial, o Brasil ocupava a 92ª posição em um ranking que mede a igualdade entre homens e mulheres num universo de 153 países. 

As oficinas do Ministério da Saúde serão realizadas nas cinco regiões do País. Além da capital federal, São Paulo (SP), Salvador (BA), Recife (PE), Manaus (AM) e Porto Alegre (RS) receberão o projeto, que vai dialogar sobre a identificação das principais fortalezas e fragilidades dos processos relacionados à equidade, bem como o reconhecimento de oportunidades para a construção e desenvolvimento de ações nos estados e municípios. Cada oficina terá como produto um relatório descritivo e analítico que vai compor um documento síntese com os principais resultados e reflexões vivenciadas no desenvolvimento do projeto, de modo a subsidiar futuras ações e projetos do Governo Federal nos territórios. 

Confira o cronograma das oficinas de equidade no SUS 

Além das oficinas, o Programa Nacional de Equidade de Gênero, Raça e Valorização das Trabalhadoras no SUS vai promover chamadas públicas para seleção e execução de projetos e processos formativos na área. A iniciativa prevê, ainda, a disponibilização de aplicativo com instruções sobre o programa e o tema, além do lançamento de edital sobre equidade, no âmbito do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde. 

As oficinas vão contar com a presença de representantes dos ministérios da Saúde; de Igualdade Racial; dos Direitos Humanos e da Cidadania; da Cultura; das Mulheres; das Cidades; além da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS), Conselho Nacional de Saúde (CNS), Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Frente Parlamentar Mista Antirracismo, Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Direitos dos Povos Indígenas, representantes de estados, municípios e de instituições de saúde e ensino, bem como representantes da sociedade civil. 

Iniciativa inédita 

O Programa Nacional de Equidade de Gênero, Raça e Valorização das Trabalhadoras do Sistema Único de Saúde (SUS) foi lançado em março pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e a ministra da Saúde, Nísia Trindade, em uma iniciativa inédita do Governo Federal. Entre as diretrizes do programa, estão: 

- promover política de equidade de gênero e raça no SUS, buscando modificar as estruturas machistas e racistas que operam na divisão do trabalho;

- enfrentar as diversas formas de violências relacionadas ao trabalho na saúde;

- acolher as trabalhadoras da saúde no processo de maternidade;

- promover o acolhimento às mulheres considerando seu ciclo de vida no âmbito do trabalho na saúde; e

- garantir ações de promoção e reabilitação relacionadas à saúde mental e às questões de gênero. 

O objetivo é que esses temas estejam presentes nas iniciativas de educação e de orientação para os gestores dos serviços de saúde, para promover o debate e incentivar ações que promovam a equidade dentro do ambiente de trabalho.