Curso

Hanseníase é tema de curso do Ministério da Saúde

A capacitação tem como objetivo preparar profissionais de saúde para atuarem no controle da transmissão da hanseníase e diminuir as incapacidades causadas pela doença.

- Ascom SE/UNA-SUS



No mês em que é celebrado o Dia Mundial de Luta Contra à Hanseníase, com Mobilização Nacional a ser iniciada em 31 de janeiro, o Ministério da Saúde, por meio da Fiocruz Brasília, da Secretaria Executiva da UNA-SUS e Secretaria de Vigilância à Saúde (SVS/MS), lança nova oferta o curso online Hanseníase na Atenção Básica, com ciclo de matrículas iniciado em 07 de janeiro e disponível até 28 de junho de 2019.

Alunos desta 9ª turma poderão finalizar o curso até 4 de agosto de 2019. A capacitação tem como objetivo preparar profissionais de saúde para atuarem no controle da transmissão da hanseníase e diminuir as incapacidades causadas pela doença. O público-alvo são os profissionais da saúde de todo país, especialmente os que atuam na Atenção Básica, contudo, o curso é livre para demais interessados.

Para saber mais e se matricular, acesse o link https://www.unasus.gov.br/cursos/curso/45292.  O início é imediato e, como em todas as ofertas da UNA-SUS, é totalmente gratuito.

Produzida pela SE/UNA-SUS, a formação possui carga horária de 45 horas, certificação emitida pela Escola Fiocruz de Governo e é dividida em três unidades: Vigilância, Diagnóstico e Acompanhamento da Hanseníase na Atenção Básica. Os casos clínicos são transversais, abrangendo e integrando os aspectos de controle da doença.

Lançado em outubro de 2014, com oito turmas já ofertadas, o curso teve mais de 100,7 mil matrículas. Entre os perfis profissionais que mais buscam a capacitação 32,68% são enfermeiros; 31% são técnicos de enfermagem e 8,95%, médicos. A maioria dos inscritos atua em Centros e Unidades Básicas de Saúde (48,86%); Hospitais Gerais (21,48%); Posto de Saúde (5,08%) e Secretarias de Saúde (3,81%). Os estados com maior número de matrículas são: São Paulo (9.387); Ceará (7.689); Minas Gerais (7.572); e Bahia (6.367).

O curso é dinâmico e utiliza metodologia diversificada. Além dos casos clínicos, que simulam situações comuns no cotidiano das unidades de saúde, são oferecidas vídeo-aulas com explicações de especialistas e vídeos de apoio com dramatizações que tratam do tema. São também utilizados hipertextos, caixas de ajuda e glossário para que se possa aprofundar os conhecimentos de termos técnicos.

LUTA CONTRA HANSENÍASE

O Ministério da Saúde promove anualmente a Campanha do Dia Mundial de Luta Contra a Hanseníase junto aos estados, municípios, instituições parceiras, movimentos sociais e sociedade civil. Esta ação tem como objetivo alertar sobre os sinais e sintomas da doença, estimular a procura pelos serviços de saúde em caso de suspeita, mobilizar a busca ativa de casos novos e o exame dos contatos pelos profissionais de saúde, favorecendo assim o diagnóstico precoce, tratamento oportuno, prevenção de incapacidades, bem como o enfrentamento do estigma e discriminação.  

Para o ano de 2019, com o slogan: Hanseníase. Identificou.Tratou.Curou, a Campanha objetiva alcançar toda a população, bem como, profissionais de saúde. Ressalta-se que, excepcionalmente, para este ano será veiculado a mesma arte gráfica e slogan elaborados para a Campanha realizada em 2018.

Nesse contexto, as áreas da Secretaria de Vigilância em Saúde (Coordenação-Geral de Hanseníase e Doenças em Eliminação), da Secretaria de Atenção à Saúde (Coordenação-Geral de Gestão da Atenção Básica) e da Secretaria Executiva da UNA-SUS unem esforços voltados à mobilização dos profissionais de saúde para a realização da capacitação à distância por meio do curso EAD, bem como para a adesão às ações propostas pela Campanha, contribuindo assim para o avanço na redução da carga da doença no país.

A HANSENÍASE

A Hanseníase é uma doença crônica, transmissível, de notificação compulsória, que possui como agente etiológico o Mycobacterium leprae. Atinge principalmente a pele e nervos periféricos, podendo apresentar surtos reacionais intercorrentes, o que lhe confere alto poder de causar incapacidades e deformidades físicas, principais responsáveis pelo estigma e preconceito que permeiam a doença.

 A transmissão se dá pelas vias áreas superiores (tosse ou espirro), de uma pessoa doente sem tratamento, para outra, após um período de contato prolongado e contínuo. Portanto, é prioridade o exame de familiares, amigos e colegas de trabalhos, que convivem ou conviveram por um tempo prologando com o caso de hanseníase antes do início do tratamento, como forma de diagnosticar precocemente, prevenir as incapacidades físicas e interromper a cadeia de transmissão da doença.

A hanseníase tem cura e seu tratamento é gratuitamente ofertado pelo SUS, disponível em unidades públicas de saúde de todo o país. É feito por via oral, com a Poliquimioterapia (PQT), uma associação de antimicrobianos. Os medicamentos são seguros e eficazes. O paciente deve tomar a primeira dose mensal supervisionada pelo profissional de saúde e as demais, autoadministradas. Ainda no início do tratamento, a doença deixa de ser transmitida.

Além da realização do exame dermatoneurológico e avaliação neurológica simplificada, o paciente deve ser também orientado quanto às práticas simples do autocuidado com olhos, mãos e pés, que podem ser realizadas regularmente no seu domicílio e/ou em outros ambientes. O autocuidado melhora a qualidade de vida e autoestima da pessoa com hanseníase.

SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DA DOENÇA 

A doença exibe distribuição heterogênea no país, com registro de casos novos em todas as Unidades Federadas, com maior concentração de casos nas Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

O Boletim Epidemiológico Mundial, publicado em agosto de 2018 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), informa que 150 países e territórios reportaram casos da hanseníase em 2017. Do total de 210.671 casos novos informados, o Brasil ocupou a segunda posição com 26.875 (12,7%) e a Índia a primeira, com 126.164 (59,9%) casos novos da doença.

Em 2017, 2.933 municípios diagnosticaram casos novos de hanseníase no Brasil. Desses, 630 municípios diagnosticaram casos em menores de 15 anos, sinalizando focos de infecção ativos e transmissão recente. O país registrou 26.875 casos novos da doença, com taxa de detecção de 12,94 por 100.000 habitantes (alta edemicidade). Do total de casos novos registrados, 1.718 (6,4%) foram diagnosticados em menores de 15 anos.

Em 2017, do total de 23.415 (87%) casos novos que foram avaliados quanto ao grau de incapacidade física no momento do diagnóstico, 8.461 (36,1%) apresentaram alguma incapacidade física, sendo 6.512 com grau 1 e 1.949 com grau 2 (deformidades visíveis).

Como resultado da intensificação de ações voltadas para o controle da transmissão da doença, entre 2008 e 2017, a taxa de detecção reduziu cerca de 37%, o que corresponde a redução de 39.047 para 26.875 casos novos nesse período.



Fonte: Ministério da Saúde, com informações da SE/UNA-SUS