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Fórum de Cooperação América Latina–Leste da Ásia define novas ações de parceria
Pesquisadores e formuladores de políticas públicas da América Latina e da Ásia estiveram reunidos na Fiocruz na terça (8/4) e quarta-feira (9/4) para definir novas parcerias no campo da biotecnologia aplicada à saúde. O encontro foi promovido pelo Fórum de Cooperação América Latina–Leste da Ásia (Focalal), criado em 2009 com o objetivo de estimular a interação e conhecimento mútuos, promover maior diálogo político e intensificar a cooperação nos mais diversos campos entre os estados-membros.
Entre as ações de colaboração, que foram definidas para os próximos dois anos, está a criação de uma plataforma que vai reunir informações essenciais dos países integrantes do Focalal no campo de biotecnologia, como bolsas e programas de estudo, pesquisas clínicas, questões jurídicas que tratam da pesquisa e acesso a recursos, além de informações básicas sobre instituições e grupos de pesquisa que desenvolvem parcerias. “Com essa ferramenta será muito mais fácil para os pesquisadores e estudantes de tecnologia trabalhar de forma mais precisa e integrada”, disse o chefe da divisão de Ciência e Tecnologia do Ministério das Relações Exteriores (MRE), Ademar Seabra.
Cada país vai indicar dois representantes que ficarão encarregados da parte operacional da iniciativa: um será responsável pela articulação das informações e ações entre os países integrantes do Focalal e outro pela mobilização da academia e disseminação das informações do grupo no campo acadêmico. Os participantes do seminário também se comprometeram em buscar mecanismos eletrônicos que permitam a realização de reuniões contínuas entre os estados-membros. “Esse encontro representa um novo passo para um longo caminho que ainda teremos que percorrer para alcançar um melhor desenvolvimento da biotecnologia”, afirmou o coordenador-geral do Centro de Relações Internacionais em Saúde (Cris/Fiocruz), Paulo Buss.
Ao abrir o encontro na terça-feira, o cônsul-geral do Japão no Rio de Janeiro, Yasushi Takase, destacou que o Focalal desenvolve um amplo leque de atividades e tem sido uma plataforma eficaz de cooperação entre países da América Latina e Leste da Ásia. “O Japão tem investido fortemente em tecnologia, ciência e inovação e na produção de biotecnologia e biofármacos, mas temos encontrado desafios nesse campo. Espero que, com a discussão, possamos trocar experiências e traçar múltiplas cooperações”, completou.
O coordenador-geral de Micro e Nanotecnologias, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Flávio Plentz Filho, comentou que, nos últimos dez anos, houve uma convergência rápida e frutífera entre biotecnologia e nanotecnologia. Ele lembrou que, no Brasil, foi criada, em 2012, a Iniciativa Brasileira de Nanotecnologia, a partir da qual surgiu um sistema de laboratórios, que visa aplicar a nanotecnologia em soluções para o SUS. “A junção da nanotecnologia com a biotecnologia seria uma solução para a resposta aos desafios tanto na área de fármacos, com novas formulações mais eficientes e menos efeitos colaterais, quanto no campo de novos sistemas para diagnósticos”, afirmou.
Já o embaixador da Tailândia, Pitchayaphant Charnbhumidol, destacou a importância da biotecnologia e inovação para o tratamento de diversas doenças. Ele comentou que o governo tailandês tem dado grande importância ao campo, estabelecendo um programa que visa ao crescimento sustentável da área, por meio de pesquisas e incentivos financeiros. “Na área de biotecnologia médica, temos desenvolvido programas para o combate a doenças como tuberculose, malária e dengue”, comentou.
O presidente da Fundação, Paulo Gadelha, ressaltou que a biotecnologia desempenha papel central no futuro do país e está entre as prioridades da instituição. Ele afirmou que a Fundação tem atuado na convergência entre biotecnologia e nanotecnologia e citou o exemplo da Fiocruz Ceará, que juntamente com o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) vai trabalhar na elaboração de plantas geneticamente modificadas para a criação de biorreatores com vistas à produção de vacinas. “Podemos ainda trabalhar na configuração da capacidade nacional no campo de biofármacos, por meio de Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) entre a inciativa privada e as instiuições públicas”, propôs.
Fonte: Agência Fiocruz