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Educação em Saúde Digital em Programas de Residência é tema de mesa na 27ª Reunião da Rede UNA-SUS

A mesa contou com a participação de grandes especialistas no tema. O evento ocorre até 12/8 e tem transmissão ao vivo pelo YouTube.

- Ascom SE/UNA-SUS



A 27ª Reunião da Rede UNA-SUS está acontecendo nessa semana, de 9 a 12 de agosto de 2021. As discussões estão norteadas pela Educação em Saúde Digital, tema central do evento que reúne as Instituições de Ensino Superior que integram a Rede UNA-SUS para ampla discussão em prol da melhoria e transformação da saúde por meio da utilização adequada das tecnologias da informação e comunicação. O Encontro foi organizado pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e Universidade Federal de Goiás (UFG), em parceria com a SE/UNA-SUS. As palestras são transmitidas ao vivo para o YouTube do NUTEDS/UFC e também ficarão gravadas para acesso posterior. 

Nesta terça-feira (10/8), o segundo dia de atividades contou com a mesa redonda Educação em Saúde Digital em Programas de Residência, com a moderação da integrante do DEGES/SGTES/MS, Musa Denaise de Melo, que relatou que o tema é extremamente estratégico, na visão do Ministério da Saúde. “Reconhecemos a importância da UNA-SUS nesse contexto, todo trabalho feito para atender as necessidades de capacitação e educação permanente dos profissionais de saúde do SUS”, disse.

O Diretor do Departamento de Gestão do Trabalho em Saúde (DEGTS/SEGTS/MS), Vinícius Nunes Azevedo e Alessandra Rodrigues Moreira, também do DEGES, participaram do debate. Vinícius destacou a importância da Educação em Saúde Digital nos sistemas público e privado. “Isso ficou evidente durante o enfrentamento da pandemia, uma vez que precisamos nos conectar digitalmente com frequência, usando a tecnologia como instrumento para manutenção de determinados segmentos da assistência”, afirmou. Ele ressaltou da importância de compreender a operabilidade de sistemas de saúde digitais, incluindo o percurso do usuário no atendimento aos serviços de saúde, para que seja possível fazer acompanhamentos de consultas e exames do paciente com maior facilidade, evitando inclusive a repetição de exames desnecessários.

Pensando na educação dos profissionais de saúde, o diretor do DEGES reforçou a necessidade de conscientizar os profissionais a fazerem os lançamentos adequados dos dados nos sistemas, e utilizar as informações coletadas para que possam ser realizadas pesquisas e análises. “É possível que consigamos, por meio dos programas de residência, proporcionar essa percepção e entendimento, e fazer uma sensibilização no intuito de instruir os profissionais de saúde com relação aos registros”, explicou.

De acordo com Vinícius, outro desafio decorrente da pandemia são as dificuldades técnicas enfrentadas pelos profissionais de saúde para o atendimento de pacientes ambulatoriais pela telemedicina, uma vez que a interação com paciente é dificultada pela falta de contato no exame clínico. “Poderíamos diminuir as dificuldades se pudéssemos oferecer técnicas de manejo clínico nessa abordagem, dentro de uma perspectiva de atuação a longo prazo, com supervisão. E que essas informações possam ser registradas para que seja realizado um estudo mais aprofundado sobre isso. Garantindo que o profissional, quando sair da residência, já esteja preparado para essa interação, que ainda é muito nova”, pontuou. “Acredito que o melhor caminho para essa experiência de aprendizado seja nas residências, visto que temos melhor acompanhamento na interação ensino-serviço”.

Para Alessandra Rodrigues, a saúde digital pode se tornar um recurso potente, na medida que seja inserida diante de estruturas de ensino já formalizadas. “É preciso, por exemplo, promover estudos clínicos que possibilitem trazer experiências dos profissionais de diversos níveis de atenção, mas aproximando os residentes, trabalhando com diferentes especialidades e segundas opiniões. Assim, conseguiremos formatar o processo formativo de saúde com maior qualidade”, afirmou.

O coordenador nacional da Rede Universitária de Telemedicina (Rute), Luiz Ary Messina destacou em sua fala, a articulação para a aproximação de três atores essenciais para a implementação de estratégias de educação em saúde digital: as ligas de estudantes de várias áreas da saúde; conselhos nacionais das profissões da saúde, além do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems). “Somente com a inserção da saúde digital em todos os níveis no SUS, pactuado com os conselhos federais e municipais de saúde, teremos essa visão prática e objetiva para melhorar o atendimento”.

O colaborador da SE/UNA-SUS, Luiz Carlos Lobo, salientou que deve haver uma ampliação das estratégias de saúde digitais em locais remotos, como o Norte do Brasil. “É uma região difícil de ser acessada, sem o uso de processos de tecnologia de informação, como telessaúde, realmente não haverá apoio a essas populações mais dispersas, como por exemplo as populações ribeirinhas na região do amazonas”, destacou. Para Lobo, crises como a pandemia são oportunidades de crescimento, que pode ser observado com o avanço da telessaúde nesse período, e para a inteligência artificial a fim de para potencializar o trabalho dos profissionais da linha de frente com resposta imediata. “Precisamos romper paradigmas e pensar cada vez mais no uso dessas estratégias. Vamos ter que usar a tecnologia de informação e inteligência artificial, para poder resolver os problemas de saúde e dar apoio aos profissionais que atuam em áreas muito isoladas”, apontou.

Para a Secretária Executiva da UNA-SUS, Fabiana Damásio, “a história da UNA-SUS passa pelo reconhecimento do papel social que a tecnologia tem para garantir a amplitude e capilaridade, diminuindo as desigualdades de acesso em todo território nacional”.  Ressaltou que é preciso pensar na melhoria de condições para fortalecimento das bases da dados e reforço às políticas, além de reconhecer a importância das residências para serviços de atenção à saúde. Um desafio é também a formação dos preceptores considerando a saúde digital.

Para o coordenador do Núcleo de Tecnologias e Educação a Distância em Saúde (NUTEDS/UFC), Luiz Roberto de Oliveira, é importante termos esses momentos em que unificamos nossos discursos, percebendo que precisamos, fundamentalmente, trabalhar a formação desses profissionais da saúde nesse tema. “Precisamos verificar o que podemos aproveitar das experiências internacionais e como aplicá-las no Brasil”, finalizou.

Assista à transmissão da palestra na íntegra, no canal do YouTube do NUTEDS



Fonte: SE/UNA-SUS