Institucional

Conferência Nacional Livre debate sobre diversidade e equidade no uso de tecnologias educacionais para a formação em saúde

O evento integra etapas preliminares da 4ª Conferência Nacional de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (CNGTES).

- Larissa Borges - Ascom SE/UNA-SUS



O Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES) e da Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS), realizou a Conferência Nacional Livre de Educação Permanente em Saúde: diversidade e equidade no uso de tecnologias educacionais para a formação online de trabalhadores e trabalhadoras do SUS. O evento ocorreu no dia 7 de maio, na Fiocruz Brasília, com transmissão ao vivo pelo YouTube da instituição.

As Conferências Livres ocorrem em todo Brasil e são etapas preliminares da 4ª Conferência Nacional de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (CNGTES), que será realizada em dezembro.

A conferência com a presença de representantes das 35 universidades que compõem a Rede UNA-SUS, além de outros participantes engajados com a temática. Durante o evento, foram abordados como os desafios éticos e questões relacionadas à democracia. Os participantes enfatizaram a importância de manter vivo o debate entre trabalhadores, usuários e gestores, destacando que é por meio dessa participação ativa que os desafios podem ser enfrentados de forma eficaz.

A conferência reuniu mais de 100 pessoas presencialmente e outras 300 online e discutiu amplamente a relevância da Educação Permanente no Sistema Único de Saúde (SUS), além de fazer resgate histórico das conferências anteriores, como a primeira, realizada em 1986, quando ainda era denominada Conferência Nacional de Recursos Humanos em Saúde.

Estiveram presentes na mesa de abertura, a diretora da Fiocruz Brasília e secretária executiva da UNA-SUS, Fabiana Damásio; a secretária da SGTES, Isabela Pinto; a secretária adjunta da SGTES, Laíse Rezende; a coordenadora do Conselho Nacional de Saúde (CONASEMS), Márcia Pinheiro; a representante do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Priscila Torres; a diretora do Departamento de Gestão da Educação na Saúde (DEGES/SGTES), Lívia Méllo e a coordenadora do Campus Virtual Fiocruz, Ana Furniel.

Acesse as fotos do evento.

Em meio à crise desencadeada pelas enchentes que atingem o estado do Rio Grande do Sul, as autoridades expressaram solidariedade à população afetada. Damásio ressaltou o compromisso do SUS no enfrentamento de emergências como essa e destacou a importância de unir esforços para promover ações solidárias nesse momento desafiador. Além disso, ressaltou a colaboração SGTES, da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e do Conselho Nacional de Saúde (CNS) para manter vivo o debate sobre a participação social.

O médico sanitarista e diretor provincial da Escuela de Gobierno em Saúde “Floreal Ferrara”, Mario Rovere, apresentou o tema "Educação permanente em saúde e tecnologias da Informação e comunicação: uma experiência situada". Em sua apresentação, Rovere ofereceu um abrangente panorama sobre o impacto da mudança climática, a resistência antimicrobiana e as enfermidades crônicas, com foco na longevidade das famílias.

Rovere destacou a importância da educação permanente em saúde, descrevendo-a como uma combinação de pedagogia crítica, pesquisa-ação participativa, análise institucional, comunicação social e interculturalidade - qualidade voltada para a cidadania e o estabelecimento de redes intra e interorganizacionais.

Ao abordar a educação atual nas universidades, o médico provocou uma reflexão sobre como os profissionais estão sendo preparados para lidar com questões urgentes, como as resistências antimicrobianas.

A segunda palestra do evento contou com a apresentação da doutora em psicologia pela USP e escritora, Cida Bento, sobre "Equidade Racial nas Instituições". Utilizando o provérbio africano "O vento não quebra uma árvore que se dobra", Bento destacou a importância da flexibilidade e da adaptação no enfrentamento das questões de diversidade e equidade. Segundo ela, é crucial reconhecer as heranças históricas que moldam as relações sociais contemporâneas, especialmente as diferenças entre descendentes de escravocratas e escravizados. Em sua análise, as ações afirmativas são uma resposta necessária a séculos de expropriação, e questionar sua validade revela uma falta de compreensão da profundidade das desigualdades enraizadas na história do Brasil.

Bento ressaltou ainda que somos "membros de um grupo" desde o nascimento, inseridos em uma teia complexa de relações e heranças que moldam nossa identidade e posição na sociedade. Ela argumentou que as instituições desempenham um papel crucial na perpetuação das desigualdades, mas também têm o potencial de serem agentes de mudança e inclusão. Ao pensar em equidade e diversidade dentro dessas estruturas, Bento instiga uma reflexão profunda sobre como podemos transformar as instituições em espaços mais justos e igualitários, onde as diferenças são reconhecidas, valorizadas e respeitadas.

O evento contou também com discussões em grupos e plenárias.

Para assistir à mesa de abertura e palestras na íntegra, clique aqui.

Para acessar às discussões e plenária, acesse o link.

Leia também o artigo de Cida Bento, sobre a conferência, publicado no Jornal Folha de S.Paulo.



Fonte: SE/UNA-SUS