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Cerca de 70% das mulheres sofrem algum tipo de violência ao longo de sua vida

- Ascom SE/UNA-SUS



Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) de 2011 indicam que mais de 70% das mulheres em todo o mundo sofrem algum tipo de violência de gênero ao longo da vida. A estimativa é que uma em cada cinco mulheres seja vítima de estupro ou de tentativa de estupro. Mulheres com idade entre 15 e 44 anos apresentam maior risco de sofrer violência sexual e doméstica do que de serem vítimas de câncer, acidentes de carro ou malária, por exemplo. Assista aqui a matéria da TV NBR sobre o tema.

De acordo com dados da pesquisa do Sistema de Informação de Agravos de Notificação do Ministério da Saúde, de 2011, publicada no Mapa da Violência 2012 – Homicídios de Mulheres, no Brasil, a violência física contra a mulher é a preponderante, englobando 44,2% dos casos. A psicológica ou moral representa acima de 20%. Já a violência sexual, 12,2%.

Nessas horas, elas precisam buscar apoio da família e amigos e denunciar o agressor. E para conscientizar toda a sociedade que a violência contra a mulher existe e é crime, e incentivar a vítima a denunciar seu agressor, o governo federal tem desenvolvido diversas campanhas abordando o tema.

Confira algumas delas:

Quem Ama Abraça – Fazendo Escola

A campanha existe desde 2011, mas o tema Fazendo Escola faz parte do projeto desde 2013, que surgiu com o propósito de aproveitar a função social da escola e fomentar a reflexão e a superação das diferentes formas de violência contra a mulher presentes no cotidiano de jovens e crianças.

Criada e realizada pela Redeh e o Instituto Magna Mater, em parceria com a Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM/PR), a iniciativa leva a escolas oficinas e kits com manual para educadores, sugestões de atividades, gibis para alunos e DVD com três clipes musicais.

A campanha busca ainda estimular a instituição escolar e outros espaços de educação na coordenação e execução de uma ação articuladora para a soma de práticas concretas de denúncia e enfrentamento da questão.

Durante todo o mês de abril, oito comunidades ribeirinhas do Pará receberam as oficinas e kits da Quem Ama Abraça – Fazendo Escola. “Trata-se de uma ação de prevenção e divulgação sobre o tema nessas comunidades”, disse a secretária-adjunta de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres da SPM, Rosangela Rigo.

Siga Bem Mulher

Desde 2007, por meio de parceria entre a Petrobras e a SPM, a Caravana Siga Bem - a maior ação social itinerante das estradas brasileiras - incorporou ações de conscientização nas estradas para o enfrentamento da violência doméstica e orientação sobre os direitos das mulheres. É a campanha Siga Bem Mulher. A iniciativa inclui palestras sobre a Lei Maria da Penha e divulgação da Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180.

São agentes regionais e estaduais da Rede de Enfrentamento à Violência contra a Mulher reunidos em caravanas, carros, ônibus para levar entretenimento, serviços e capacitações a caminhoneiros, caminhoneiras e comunidades do percurso.

A proposta para este ano é percorrer 35 mil quilômetros de estradas, em nove meses, visitando 95 cidades de 25 estados brasileiros e do Distrito Federal. São 16 carretas, dois ônibus e quatro carros de apoio que já começaram a jornada em 23 de abril, divididos em duas equipes. Um grupo saiu de São Paulo rumo ao Nordeste, Norte e parte do Centro-oeste; e outro segue viagem até as cidades do Sul, Sudeste e demais do Centro-oeste.

A Caravana visitará 81 postos da Rede Siga Bem, da Petrobras, e 24 concessionárias Volvo. Além das ações do Siga Bem Mulher, a incursão oferecerá serviços gratuitos de massagem e corte de cabelo, apresentação de peça teatral, shows de dança, coral, orquestra, palestras educativas da Polícia Rodoviária Federal e atendimento no espaço Estrada para a Saúde, com testes de glicemia, verificação da pressão arterial, vacinas e teste rápido de HIV e sífilis.

Mercosul Livre do Tráfico de Mulheres

Outro problema que o Brasil vem combatendo é o tráfico pessoas, e consequentemente, as mulheres. Segundo estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 2,4 milhões de pessoas são vítimas de tráficos, para fins sexuais ou mão de obra, onde mulheres e crianças representam cerca de 80% das vítimas. Para o ministro Eduardo Cardozo, a divulgação de campanhas e a denúncia das vítimas são peças chaves para conter o tráfico de pessoas no Brasil e no mundo. "Crime não denunciado é crime oculto, e crime oculto é crime não punido", destacou.

A campanha Mercosul Livre do Tráfico de Mulheres pretende atingir e conscientizar tanto as mulheres que estão cruzando ou querem cruzar as fronteiras do Mercosul, em busca de oportunidades e novos horizontes, como as servidoras e servidores públicos que atuam em espaços estratégicos que ligam Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e regiões de fronteira, aeroportos, rodoviárias e portos de trânsito internacional. A campanha, com foco em prevenção e atenção, traz mensagens que informam sobre os principais indícios que uma situação de tráfico pode estar ocorrendo ou vir a ocorrer. A intenção é alertar as mulheres em relação a oportunidades vagas e/ou suspeitas em outro país e instruir servidores públicos a desconfiar e reconhecer tais ameaças.

 

Coração Azul

Em maio de 2013, o Brasil se uniu a outros dez países na campanha Coração Azul contra o Tráfico de Pessoas. Com isso, o Brasil se compromete a disponibilizar meios de divulgação e mobilização da sociedade para a luta contra o crime. A ação é promovida em parceria entre o Ministério da Justiça e a Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH).

Para se ter uma ideia da gravidade do tema no Brasil, no período entre 2005 e 2011, foram identificados 337 brasileiros(as) vítimas de tráfico para fins de exploração sexual e 135 brasileiros(as) vítimas de tráfico para fins de trabalho escravo em 18 diferentes países, além de três vítimas cuja forma de exploração não é conhecida. Os dados constam no primeiro relatório com a consolidação das informações existentes sobre o Tráfico de Pessoas no Brasil elaborado pela Secretaria Nacional de Justiça do Ministério da Justiça (SNJ/MJ), em parceria com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC).

O país onde foi registrada uma incidência maior de brasileiras vítimas de tráfico de pessoas foi o Suriname, com 133 vítimas, seguido da Suíça, com 127, da Espanha, com 104, e da Holanda, com 71.

A campanha tem como símbolo o coração azul, que representa a tristeza das vítimas e lembra a insensibilidade daqueles que compram e vendem seres humanos. O uso da cor azul também demonstra o compromisso da ONU com o combate ao tráfico de pessoas.

Com o slogan “Liberdade não se compra. Dignidade não se vende. Denuncie o tráfico de pessoas", a campanha insere o Brasil nessa mobilização internacional.

*Os nomes usados nesta matéria são fictícios e todas as vítimas vivem agora sob proteção do estado.

Violência contra homens

No contexto da violência entre os gêneros, a Revista Meio & Mensagem divulgou a campanha ManKind, organização que oferece apoio aos homens que sofrem com a violência doméstica, provocando a seguinte reflexão: o que você faria se visse um homem sendo agredido por uma mulher? Para tanto, foram instaladas câmeras da cidade de Londres, acompanhando a reação dos públicos. Acesse ao vídeo aqui.

Fonte: Portal Brasil e Meio & Mensagem, editada pela UNA-SUS