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Brasil recebe evento internacional de assistência ao parto

- Ascom SE/UNA-SUS



São Paulo recebeu, entre os dias 1 e 4 de maio, a primeira edição do Simpósio Internacional de Assistência ao Parto: Ciência, Cuidado e Tecnologia (Siaparto). O evento reúne um público de 800 participantes e alguns dos mais renomados especialistas em saúde materna e neonatal do mundo, um marco na transformação da assistência obstétrica pela qual o Brasil passa. 

O público é formado por 150 médicos - 85% deles obstetras -, 350 enfermeiras e obstetrizes e 300 doulas de todo o País. A participação de Belém do Pará e das cidades do interior dos estados brasileiros chamou a atenção dos organizadores. 

O objetivo do Simpósio é atualizar profissionais com práticas baseadas em evidências científicas e, assim, contribuir para a queda do índice de cesáreas e de violência obstétrica no país. “Nossos profissionais estão ávidos para aprender com experiências internacionais de sucesso, conhecendo de perto técnicas e conceitos que permitiram a outros países a conquista de uma assistência humanizada ao parto”, diz Ana Cristina Duarte, obstetriz responsável pela organização do evento, que teve 80% das vagas preenchidas em 45 dias. 

O país vive um momento de transição na atenção à saúde da mulher, com um movimento crescente pela humanização da assistência na esfera pública e privada. O recente caso de Adelir Carmem Lemos de Goes, submetida contra sua vontade a uma cesárea por decisão da Justiça no dia 1º de abril na cidade de Torres (RS), trouxe à tona esse momento de mudança e contradição na assistência obstétrica no Brasil.

As Secretarias de Direitos Humanos e de Políticas para as Mulheres da Presidência da República e o Ministério da Saúde vieram a público se solidarizar com Adelir, ocasião em que afirmaram que o Brasil deve aproveitar esse fato para ampliar o debate sobre o cuidado obstétrico e neonatal, incluindo a violência obstétrica em todas as suas formas e a observância de Direitos Humanos na Saúde, sem o qual o direito à saúde, consagrado na Constituição, não se faz valer plenamente.  

Rede Cegonha

Entre as estratégias do governo federal para fazer valer o direito à saúde está a Rede Cegonha, presente em mais de cinco mil municípios brasileiros e que já atendeu a 2,6 milhões de gestantes desde sua criação, em 2011.

A estratégia Rede Cegonha tem o objetivo de oferecer às gestantes usuárias do SUS atendimento cada vez mais qualificado e humanizado, desde o planejamento reprodutivo até o segundo ano de vida da criança. Para a coordenadora da Saúde da Mulher do Ministério da Saúde, Esther Vilela, é preciso evitar a cesariana desnecessária, "tendo em vista que o parto normal é o melhor para a mulher e para o bebê, é menos arriscado, é mais seguro e mais saudável". Ela destaca que a Rede Cegonha estimula a prática do encontro imediato, no momento do nascimento, entre a mãe e o seu bebê. "No contato pele a pele, sem nenhum embrulho, sem panos e esse contato ele é essencial para a saúde desse bebê e para a saúde dessa mulher", explica.

Em 2012, foram realizadas mais de 18 milhões de consultas pré-natais pelo SUS e um milhão e seiscentas mil mulheres fizeram, no mínimo, sete consultas.

Fonte: Portal Brasil