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27ª Reunião da Rede UNA-SUS aborda os Desafios e Experiências na Elaboração de Propostas Educativas em Saúde Digital

O evento contou com mesa redonda Desafios e Experiências na Elaboração de Propostas Educativas em Saúde Digital, que trouxe diversos atores da Universidade Federal de Goiás (UFG).

- Ascom SE/UNA-SUS



A programação do primeiro dia da 27ª Reunião da Rede UNA-SUS (9/8/21), contou com a mesa redonda Desafios e Experiências na Elaboração de Propostas Educativas em Saúde Digital, com a participação de atores da Universidade Federal de Goiás (UFG), instituição que implementou Saúde Digital como componente curricular de diversos cursos e implementou Propostas Educativas para Curso de Especialização em Saúde Digital. Entre elas, cursos oferecidos pela UNA-SUS. O Processo Seletivo para Discentes da Pós-Graduação Lato Sensu em Saúde Digital da Universidade também foi abordado no debate.

Componente Curricular Saúde Digital nos cursos das áreas de saúde, informática e ciências econômicas da Universidade Federal de Goiás (UFG)

A coordenadora da Comissão de Governança da Informação em Saúde da Universidade Federal de Goiás (CGIS/UFG), Silvana de Lima Vieira dos Santos, apresentou a trajetória de inclusão do componente curricular Saúde Digital nos cursos das áreas de saúde, informática e ciências econômicas.

A coordenadora contou que a Política Nacional de Informação e Informática em Saúde, em 2004, teve um marco significativo para o início dos estudos da temática. Para Silvana, “há um intervalo muito grande para nós começarmos a trabalhar aqui na Universidade Federal de Goiás (UFG), mas foi nesse momento que o grupo se sentiu fortalecido com os estudos que estavam realizando para levar a proposta de criação da Comissão de Governança da Informação em Saúde para a reitoria”. Para Silvana, a reunião com a Pró-Reitoria de Graduação foi necessária para instigar os reitores da necessidade de existir uma comissão que fosse capaz de agregar outros cursos e que também fortalecesse a saúde digital.

Em 2011, o grupo que já pesquisava sobre o tema de Saúde Digital, Informática em Saúde e algumas iniciativas internacionais, constituiu a Comissão de Governança da Informação em Saúde (CGIS/UFG). "Essa comissão tem contribuído para que a UFG seja um centro de referência em pesquisa sobre as tecnologias da informação em comunicação e saúde voltadas para a perspectiva de formação de recursos humanos, como por exemplo, desenvolvimento de pesquisas, formulação de diretrizes e políticas no Estado de Goiás”, pontuou Silvana. Na ocasião, a comissão foi formada somente por cursos da área da Saúde, mas ao longo dos anos foi agregando outros cursos, como por exemplo, a Escola de Música e Artes Cênicas, a Faculdade de Ciências Econômicas, a Faculdade de Enfermagem, a de Educação Física e Dança, e a Faculdade de Medicina, de Farmácia, Nutrição, Odontologia e outros cursos.

Em 2016, Goiânia recebeu o Congresso Brasileiro de Informática em Saúde (CBIS), evento que foi realizado em parceria com a Universidade Federal de Goiás (UFG). A partir desse congresso, a comissão e os estudos voltados para Saúde Digital foram fortalecidos e concretizados para posicionar a UFG no contexto nacional da temática. ”Esse tema é um desafio para a maior parte das universidades que trabalham com essa temática”, afirmou a coordenadora.

Além disso, a parceria com o Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) e a Rede UNA-SUS resultou na criação do Programa Educacional em Saúde Digital da Universidade Federal do Goiás (UFG). O objetivo da iniciativa  é promover a qualificação da formação de profissionais e gestores de saúde para a implementação da Estratégia de Saúde Digital para o Brasil.

Propostas Educativas para Curso de Especialização em Saúde Digital

Na segunda palestra do dia, a doutora em Ciências da Saúde da UFG, Sheila Mara Pedrosa, apresentou as propostas educacionais para o curso de Especialização em Saúde Digital da UFG, coordenado pela Profª. Drª. Renata Dutra Braga e a Profª Drª Rita Goreti Amaral.

Para Sheila, “é notável a importância da formação e capacitação de recursos humanos voltados para a área de saúde digital, pensando nos pilares da estratégia de saúde digital para o Brasil. Nós temos, então, a necessidade de capacitar, de formar recursos humanos para que a gente realmente consiga implementar, consiga difundir e fortalecer o programa Conecte SUS”, afirmou.

A oferta de cursos em Saúde Digital da instituição teve início em 2020 com a oferta de três qualificações: Saúde Digital, RNDS, Segurança e Ética no Compartilhamento de Dados em Saúde. Com a colaboração do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), a Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES), a Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS).

“A parceria com a UNA-SUS deu muito certo e, assim surgiu a demanda de uma especialização Lato sensu de Informática em Saúde, na área de Saúde Digital”, afirmou. Para elaborar e executar a pós-graduação, foi solicitado que a Comissão de Governança da Informação em Saúde (CGIS) conduzisse o projeto. A meta da especialização é a formação de profissionais e gestores em saúde, além dos profissionais de tecnologia da informação que atuem no Sistema Único de Saúde (SUS).

Na modalidade à distância, a especialização em Saúde Digital teve início no dia 20/7/2021, com o objetivo de promover o aprimoramento e/ou a qualificação no contexto das tecnologias de informação e comunicação (TIC) em saúde, com vistas à melhoria dos processos de trabalho, de gestão e da qualidade da atenção à saúde no SUS.

Sheila apresentou os métodos que foram utilizados na estruturação da especialização. O  curso foi oferecido com três turmas, com capacidade de 150 vagas em cada uma. Com duração de 12 meses, o público-alvo são profissionais da informática, saúde e gestores que atuem no SUS. São, em média 40 horas de micro cursos a cada mês, com necessidade de dedicação de, pelo menos, duas horas de estudos diários. 

A abordagem do curso é objetiva e utiliza de metodologias ativas de ensino-aprendizagem. Os materiais utilizados no curso são: videoaulas, análise de infográfico, mapa mental, situações-problema, cenários, jogos sérios (serious game), questionários (quiz e palavras cruzadas), fóruns, entrevistas, aulas síncronas, e-books, dentre outras. Os discentes são acompanhados/monitorados por tutores, docentes responsáveis pelas áreas temáticas e coordenação pedagógica.

Sheila destacou que pelo menos um discente de cada Unidade da Federação foi matriculado no curso, exceto do Estado do Amapá. São respectivamente, 41 candidatos da Região Nordeste, 33 da Região Norte, 27 da Região Sudeste, 26 do Centro-Oeste e 23 da Região Sul.

“Trabalhamos sempre pensando nos profissionaisque estão na ponta, pois eles que irão fazer acontecer, eles precisam entender os mecanismos da RNDS, do programa Conecte SUS.Também entendemos as dificuldades que os nossos alunos enfrentam. O cotidiano de trabalho desses profissionais não tem sido fácil e a gente sempre pensa como nós podemos facilitar esse processo de aprendizado”, ressaltou.

Processo Seletivo para Discentes da Pós-Graduação Lato Sensu em Saúde Digital da Universidade Federal de Goiás (UFG)

A última atividade do dia, a mesa, Processo Seletivo para Discentes da Pós-Graduação Lato Sensu em Saúde Digital da Universidade Federal de Goiás (UFG), foi apresentado pela Professora Ana Laura Zara.

Ela conta que o processo seletivo foi feito por meio de edital específico, composto por três fases: prova online, análise de documentos pessoais e a análise de currículo padronizado. O público-alvo da seleção foi dividido em três turmas: profissionais de informática, profissionais de saúde e gestores que atuam no SUS. Das 150 vagas, 60% das vagas foram ocupadas na ampla concorrência; 36,5% com pretos, pardos e indígenas; 2,7% com pessoas com deficiência e 1,3% com servidores da UFG. De acordo com Ana Laura, a maioria é constituída por mulheres, com 72.5% analisando candidatas inscritas e classificadas, com idade média de 35 anos. A mais nova com 19 anos e a mais experiente com 72 anos. A área da Saúde foi preponderante com 59% e em segundo lugar Informática.

“O processo seletivo revelou uma demanda reprimida na área de capacitação em Saúde Digital. E permitiu selecionar a população-alvo de todas as grandes regiões brasileiras, especialmente, na área da saúde e de tecnologia da informação, reforçando, ainda, o compromisso com as políticas de ações afirmativas da UFG”, explicou a professora.

Ana Laura concluiu a apresentação sinalizando que o novo processo seletivo para o programa de pós-graduação em Saúde Digital da UFG será no mês de janeiro de 2022.

Assista à transmissão da palestra na íntegra, no canal do YouTube do NUTEDS.



Fonte: SE/UNA-SUS