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UNA-SUS debate sobre Validação de Recursos Educacionais em congresso internacional

- Ascom SE/UNA-SUS



A Universidade Aberta do SUS foi destaque em várias mesas de debate durante a realização do 22º Congresso Internacional da Associação Brasileira de Educação à Distância (CIAED), em Águas de Lindóia (SP) na última semana. Um dos temas abordados, e que teve grande busca do público do evento, foi a discussão sobre Experiências na Validação de Recursos Educacionais que teve como palestrantes Paola Trindade Garcia (UFMA), Leonardo Cançado Monteiro Savassi (UFOP) e Roberto Jorge Freire Esteves (SE/UNA-SUS) com a coordenação de Edinalva Neves Nascimento (SE/UNA-SUS).  

Os recursos educacionais são produzidos, selecionados e disponibilizados nos repositórios públicos, pelas instituições, para subsidiar ações de educação em saúde em todo país. Antes da publicação, é fundamental que o recurso passe por um processo cuidadoso de avaliação de conteúdo, dos metadados e dos seus aspectos pedagógicos. O objetivo da mesa foi discutir os fluxos utilizados pelas instituições educacionais para validação dos recursos educacionais. 

Savassi iniciou a discussão apresentando o Programa Multicêntrico de Qualificação Profissional em Atenção Domiciliar à Distância. O professor explicou que o PMQADd foi implantado para qualificar profissionais de saúde de nível superior e técnico para gestão e atuação no “Programa Melhor Casa” da CGAD e a AD foi organizada então em 3 modalidades: AD1, AD2, AD3, escalonada conforme o grau de assistência necessária. "O PMQADd é conhecido como multi-multis porque é multicêntrico, possui multiformatos e é multiprofissional, foi um desafio criar as estratégias de validação dos recursos em múltiplas estapas", conta Savassi. 

O PMQADd teve então a sua estratégia dividida em a) pedagógica, através de mapeamento de ações (Mind Maps); b) de gestão, com planilhas gerais; c) de processos validatórios (etapa bastante desafiadora, em que ocorre discussão contínua entre os atores, apontamentos, entrega de arquivo a SE/UNA-SUS,); d) de processos validatórios específicos (que possibilitam o lançamento, a divulgação e a oferta) além de pactuação conjunta dos três atores em que o Demandante, no caso específico do Programa, o Ministério da Saúde, defende a política, o Mediador (SE/UNA-SUS) defende a pedagogia e a Produtora (IES) aborda o conteúdo. "Além das atividades originais de cada ator, todos eles atuam nas funções dos demais com opiniões, construções e aprimoramentos", concluiu Savassi. 

Roberto Esteves apresentou o tema “Validação e Homologação de Módulos Educacionais Autoinstrucionais: A Experiência do PROVAB na UNA-SUS”. Esteves contou que o Ministério da Saúde lançou o programa e acionou a SE/UNA-SUS para elaboração dos módulos educacionais autoinstrucionais de curta duração para a educação permanente dos participantes do PROVAB e, a partir disso, os conteúdos foram produzidos por IES e validados por especialistas. Os módulos foram concebidos como autoinstrucionais e interativos cujo ritmo de estudo é dado pelo próprio pelo aluno, além de possuirem multiplataforma e multi-sistema com abordagem de diversos temas. 

"A validação e homologação visam avaliar a) a qualidade técnico-científica do conteúdo do módulo; b) a conformidade do conteúdo frente às normas e protocolos do Ministério da Saúde; c) os avanços midiático-pedagógico dos módulos; d) a adequação dos padrões tecnológicos da UNA-SUS", esclarece Esteves. "Como desafios, é preciso ainda a) definir mais claramente, antes da produção, o conteúdo dos temas a serem abordados, o público-alvo e a questão da pedagogia; b) harmonizar os layouts visando uma experiência de uso mais consistente; c) capacitar as IES para gestão dos recursos financeiros", pontuou. Atualmente, há mais de 20 novos módulos sendo contratualizados junto à Rede UNA-SUS.

A professora Paola Trindade Garcia apresentou o trabalho “Validação de Recursos Educacionais – Experiência da UNA-SUS/UFMA” e ressaltou que recursos educacionais auxiliam quem recorre a ele em seu processo de desenvolvimento e construção de conhecimento próprio sobre determinado tema e que a estratégia a ser utilizada está intimamente relacionada ao público alvo. "É importantíssimo validar os recursos educacionais na EAD, uma vez que essa modalidade exige alguns diferenciais em sua elaboração", pontuou Paola. O processo é sempre desafiador devido à ausência de padronização e às diversas abordagens que se dão como critérios ao processo de validação e postagem no AVAs", explicou.

Paola afirmou que independente da estratégia, é essencial um planejamento bem elaborado da sequência e da forma de condução e validação do recurso educacional e que os parâmetros para validação utilizados pela UNA-SUS/UFMA são: planejamento didático-pedagógico, conteúdos educacionais e avaliação de aprendizagem. A validação de conteúdo na instituição ocorre através de formulário para avaliação de conteúdo educacional, composto por questões abertas e fechadas. " É preciso ainda elaborar critérios de validação referente ao processo de criação, produção e pós-produção de materiais didáticos para EAD; repensar sempre a qualidade e o formato dos materiais, considerando a grande demanda de evasão nos cursos a distância; e gerenciar os processos de validação frente ao tempo de produção", finalizou a professora.