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Pesquisadora cria suporte postural para crianças com disfunção neuromotora

- Claudia Bittencourt



O Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), conquista sua sétima patente com a pesquisa da terapeuta ocupacional Denise Hora, que desenvolveu um suporte postural para auxiliar no posicionamento sentado de crianças com disfunção neuromotora. Atualmente o suporte está na segunda fase da pesquisa para desenvolvimento de um modelo, que tem como objetivo a obtenção de medidas antropométricas para confecção do protótipo final.

Foto: Divulgação IFF

A terapeuta ressalta que uma grande parte do público-alvo atendido no IFF, na área de Neonatologia, é de prematuros e recém-nascidos com diversas anomalias do sistema nervoso central, além de outros distúrbios que irão comprometer o desenvolvimento infantil e que, portanto, vão necessitar de uma assistência multidisciplinar e especializada. “Como terapeuta ocupacional, procuro minimizar todo e qualquer atraso no desenvolvimento infantil decorrente de disfunções ocasionadas pelas desordens em vários sistemas do organismo e promover as diversas habilidades próprias de cada fase do desenvolvimento, e nesse caso, promover a aquisição da posição sentada com independência e funcionalidade. Na rotina do IFF, o suporte irá possibilitar a permanência na posição sentada para aquelas crianças que não conseguem se manter sozinhas nessa posição, durante o período de internação e também auxiliar no processo de tratamento durante o acompanhamento ambulatorial, favorecendo a interação com o ambiente, adequação postural para alimentação e brincar, reduzindo as chances do aparecimento de contraturas e deformidades decorrentes de internações prolongadas ou posturas inadequadas frequentes, além de auxiliar nas rotinas diárias domiciliar”, explica ela.

 Para Denise, essa conquista significa um grande passo no sentido de tentar reverter o prognóstico tão reservado, dessas crianças, em razão das diversas alterações decorrentes da prematuridade extrema e que acabam por comprometer o seu desenvolvimento, limitando suas aquisições e vivencias positivas. A ideia antiga de desenvolver um dispositivo que auxiliasse às mães no cuidado domiciliar, facilitando o posicionamento e ao mesmo tempo inibindo posturas erradas que acabam por agravar o desenvolvimento da criança, foi aos poucos se concretizando.

O Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) para Registro de Patentes, e o apoio da vice-Direção de Pesquisa, foram determinantes nesse processo. “Com a criação do NIT e o apoio da vice-direção de Pesquisa, representada por Kátia Sydronio, sem falar no grande incentivo e apoio dados pelas pesquisadoras Maria Dalva Baker Méio e Maria Elizabeth Moreira, vi a oportunidade de transformar minha ideia em projeto. Hoje, felizmente, temos a patente aprovada e estamos caminhando para o desenvolvimento do protótipo para que, futuramente, possa ser comercializado, trazendo a possibilidade real para as famílias dessas crianças e também para as que estão sendo acompanhadas no hospital, de uma melhora na postura e de uma participação mais ativa em suas rotinas diárias”, finalizou Denise.

Fonte: Agência Fiocruz