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Nova turma de Saúde da População Negra inicia em janeiro

- Ascom SE/UNA-SUS



A Secretaria Executiva da Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS) e o Ministério da Saúde, por meio das secretarias de Gestão do Trabalho e de Educação na Saúde (SGTES) e de Gestão Estratégica e Participativa (SGEP), lançam, nessa terça-feira (10/1), uma nova turma do curso online Saúde da População Negra. 

O público-alvo da capacitação abrange todas as categorias de profissionais de saúde, além de demais interessados no tema. Composto por três unidades e com carga horária de 45 horas, o curso utiliza a modalidade do ensino a distância e é autoinstrucional. As matrículas podem ser feitas nesse link. O início é imediato.

A formação tem como objetivo fornecer subsídios aos profissionais de saúde para que possam atuar - pela perspectiva do cuidado centrado na pessoa e na família - na implementação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN) e ampliar os conhecimentos desses profissionais para promover um atendimento integral e adequado às especificidades de saúde da população negra.

O interesse por temas ligados aos direitos humanos foi o que levou a enfermeira Mariana Duarte a buscar o curso. “Fiquei curiosa com a criação de uma política voltada especificamente para a população negra. Sendo o direito à saúde uma questão universal e equitativa, a prática desse direito também deve ser intrínseca aos serviços do SUS”, conta. “O curso tem uma didática leve, e me surpreendeu na forma como ensinou noções básicas sobre conceitos étnico-raciais. Ele me trouxe uma sensibilização maior para o atendimento às pessoas respeitando seus valores e costumes”, conclui.

Chegando a sua quarta oferta, a capacitação teve, desde o lançamento da primeira turma, em 22 de outubro de 2014, um total de 21.049 matrículas. O estado com maior número de beneficiados foi São Paulo, com 988, seguido por Minas Gerais, com 791 matriculados e Bahia, com 736 alunos.

“A inclusão dos temas racismo e saúde da população negra nos processos de formação e educação permanente dos trabalhadores da saúde, e também do controle social, é prioridade de ação”, lembra a secretária de gestão estratégica e participativa do Ministério da Saúde, Gerlane Baccarin.

Para Gerlane, o grande número de inscritos no curso reflete o interesse nas temáticas relacionadas à saúde da população negra, como o racismo e acesso à saúde. ”O curso dá visibilidade a esses temas promovendo a reflexão e a transformação nas práticas cotidianas de atendimento ou mesmo da gestão do SUS”

O curso e sua metodologia

O curso debate questões relacionadas ao racismo institucional, que acaba produzindo resultados terapêuticos desiguais para os usuários do SUS. De maneira mais abrangente, pretende-se alertar aos profissionais de saúde para que, em sua rotina de trabalho, identifiquem as iniquidades étnico-raciais que impactam sobre a saúde da população negra, monitorem e avaliem os resultados das ações para prevenção e combate dessas iniquidades.

A metodologia é interativa e utiliza perguntas e respostas comentadas. O participante avança nos estudos dentro do seu próprio ritmo e, por ser dirigido a profissionais de saúde no tocante ao cuidado, a estrutura do curso é do tipo “Como Fazer” e ilustrada com vídeos e infográficos.

Cada atividade trata de situações baseadas em vivências clínicas de modo que a capacitação aproxime o aluno da realidade da Unidade de Saúde.  Essas atividades auxiliam na aquisição dos recursos e entendimento necessários para implementar o encontro clínico centrado na população negra e sua cultura, baseado em evidência científica, conforme a perspectiva da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN) e do SUS. A formação pode ser acessada a qualquer momento via desktop ou smartphones.

Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN)

A Política Nacional de Saúde Integral da População Negra foi instituída pelo Ministério da Saúde em 13 de maio de 2009, por meio da Portaria nº 992.  Baseada nos princípios constitucionais de cidadania e dignidade humana, ressalta o enfrentamento ao racismo, em busca da promoção da igualdade. Reafirma os princípios do SUS: a universalidade do acesso, a integralidade da atenção, a igualdade da atenção à saúde e a descentralização político-administrativa, com direção única em cada esfera de governo.

A Política Nacional de Saúde Integral da População Negra define os princípios, a marca, os objetivos, as diretrizes, as estratégias e as responsabilidades de gestão, voltados para a melhoria das condições de saúde desse segmento da população. Inclui ações de cuidado, atenção, promoção à saúde e prevenção de doenças, bem como de gestão participativa, participação popular e controle social, produção de conhecimento, formação e educação permanente para trabalhadores de saúde, visando à promoção da equidade em saúde da população negra.