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I Curso de Especialização em Inteligência de Futuro é encerrado com o Seminário Brasil Pensa o Futuro

- Claudia Bittencourt



O I Curso de Especialização em Inteligência de Futuro, resultado de parceria da Fiocruz com o Núcleo de Futuro (N-Futuro) da Universidade de Brasília, foi encerrado de modo inovador. Os trabalhos de conclusão do curso foram apresentados nos dias 30 e 31 de março, no auditório externo da Fiocruz Brasília, no Seminário Brasil Pensa o Futuro, quando foram apresentados os 15 melhores trabalhos.

Inovador também foi o trabalho desenvolvido por servidores da Fiocruz, 18 ao todo, lotados em 13 espaços diferentes da instituição – vice-presidências, diretorias diversas e unidades de pesquisa.  Cláudia Martins, assessora da vice-presidência de Pesquisa e Laboratórios de Referência e coautora, disse que o princípio da conversação norteou toda a elaboração do trabalho. Eles entrevistaram diversos especialistas em Ciência e Tecnologia, membros da Câmara Técnica de Pesquisas da Fiocruz, entre outros.

Trabalhando em rede, de forma colaborativa e com intensa interação, eles prospectaram o futuro buscando respostas possíveis para a indagação: com a mudança do marco legal definido pela EC 85/2015, como estará o Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) em 2030?

A busca de respostas para a indagação norteadora resultou na idealização de um sistema online de Inteligência do Futuro. Este “abarca desde a seleção do objeto, passando por todas as etapas de construção de cenários, dando apoio ao planejamento estratégico e apoiando sistematicamente o monitoramento dos planos”, conforme descrito nas considerações finais do trabalho intitulado “Metodologia Fiocruz de Inteligência de Futuro: uma construção a partir das discussões do Congresso Nacional sobre mudanças nos marcos legais para Ciência, Tecnologia, Inovação e Pós-graduação”.

Waldir Campelo, da Fiocruz Brasília e coautor do trabalho, falou da riqueza das trocas realizadas nos fóruns com os demais alunos, pois o grupo foi constituído por pessoas de origens e competências diversas. Destacou também o conteúdo ministrado no curso que “forneceu insumos e trouxe provocações não só para as questões do curso em si, mas que pude levar para o meu cotidiano e refletir sobre o papel que desempenho no meu trabalho”.

O curso objetivou estimular o pensamento estratégico de longo prazo formando gestores de políticas públicas que compreendessem a necessidade de pensar o futuro.  A escolha dos temas dos trabalhos de conclusão do curso corroborou o alcance do objetivo proposto, temos como exemplos, Aplicação de Conceitos de Prospectiva no Apoio ao Planejamento Estratégico do Banco Central do Brasil, Avaliação do Desenho Institucional e dos Recursos/Capacidades para Concretização do Planejamento de Longo Prazo no Brasil; Brasil Social 2032; Planejamento e a (Des)Articulação das Políticas Públicas no Brasil: A Saúde e o Meio Ambiente, dentre outros.

A possibilidade de um Mestrado Profissional em Inteligência de Futuro como evolução do curso de especialização foi aventada por Antônio Ivo, coordenador do Centro de Estudos Estratégicos da Fundação Oswaldo Cruz do Rio de Janeiro, na mesa de abertura do Seminário. 

Wagner Martins, vice-diretor da Fiocruz Brasília e coordenador do curso, ressaltou o perfil dos alunos que buscaram o curso. Em sua maioria, graduados, até mesmo com mestrados e pós-graduações, inseridos em um mercado específico e com objetivos cumpridos. A busca pelo curso foi motivada pela necessidade de aprofundar conhecimento ou trazer adendos para as profissões. "Esses alunos têm uma extrema potência para intervir nas suas organizações. Muitos trabalhos desenvolvidos aqui estão sendo absorvidos pelos órgãos públicos. É importante dizer que o futuro se faz com inteligência e estratégias no presente, principalmente quando se pensa em políticas públicas em saúde", disse.

O vice-presidente de Pesquisa e Laboratórios de Referência da Fiocruz, Rodrigo Stabeli, falou do desafio de pensar o futuro do Brasil, um país repleto de diversidades.  “Não dá para pensar no futuro, se não conhecermos o presente. O papel dos alunos dentro das instituições é de espalhar o conhecimento aprendido e construído durante o curso, a partir do planejamento e prospectiva”, afirmou.

Participaram do Seminário Sonia Báo, vice-reitora da Universidade de Brasília, Isaac Roitman, coordenador geral do curso e do Núcleo de Futuro da UnB; Wagner Martins, vice-diretor da Fundação Oswaldo Cruz Brasília; Rodrigo Stabeli, vice-presidente de Pesquisa e Laboratórios de Referência da Fiocruz; Gustavo Macedo, diretor do Centro de Estudos Multidisciplinares e Avançados; Antônio Ivo, coordenador do Centro de Estudos Estratégicos da Fundação Oswaldo Cruz do Rio de Janeiro e Elenita Nascimento.

Premiação

Três dos 15 trabalhos apresentados durante o Seminário foram premiados. São eles: Aplicação de Conceitos de Prospectiva no Apoio ao Planejamento Estratégico do Banco Central do Brasil, de Alexandre Santos Lobão, do Banco Central; Prospectiva Estratégica: Instrumento para Construção do Futuro da Agricultura Familiar Brasileira, de Cinair Correia da Silva, do Ministério do Meio Ambiente, e, Prospectiva Estratégica em Programa de Autogestão em Saúde: O Cenário de Futuro Para o Programa de Saúde e Assistência Social do Ministério Público Federal, de Marco Henrique Pereira Cardoso, do Tribunal de Contas da União.

Durante a cerimônia, Isaac Roitman, coordenador geral do curso e do Núcleo de Futuro da UnB afirmou que está satisfeito com as apresentações dos trabalhos e com a profundidade das temáticas abordadas, muitas delas baseadas no referencial teórico das diversas disciplinas do curso. “Precisamos analisar o próximo passo para continuar na luta que podemos ter como país que pensa no futuro, que sabe planejar a longo prazo. Que tenhamos recursos humanos para conduzir estes planos e realmente começarmos a fazer políticas de estado”, completou.

Fonte: Fiocruz Brasília