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Governo reforça apelo para que grávidas façam pré-natal completo

- Ascom SE/UNA-SUS



O Ministério da Saúde está reforçando a recomendação para que as mulheres grávidas procurem a rede de saúde pública ou privada para iniciar o acompanhamento médico desde o começo da gestação.

Com a indicação mais intensa de realização do pré-natal, o governo busca identificar mais rapidamente os casos suspeitos de microcefalia por infecção do zika vírus, causador da má-formação congênita em bebês.

Um dos procedimentos mais importantes é a realização da ultrassonografia obstétrica nos três primeiros meses da gestação para acompanhamento do desenvolvimento do feto. A ação faz parte do Protocolo de Atenção à Saúde para Microcefalia apresentado nesta segunda-feira (14) em Brasília.

O documento contém uma série de orientações para o atendimento na rede médica pública e privada de mulheres em idade fértil, grávidas, recém-nascidos com suspeita de má-formação congênita e bebês com diagnóstico de microcefalia.

Conforme o mais recente boletim divulgado pelo Ministério da Saúde, há no País 1.761 casos suspeitos de microcefalia por infecção do zika vírus, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, causador também da dengue e chikungunya.

Ao reforçar a recomendação do pré-natal, o governo busca assegurar que as grávidas possuam a carteirinha das gestantes. Esse documento permitirá ao Ministério da Saúde saber por quais doenças, cuidados e exames essas mulheres passaram durante a gravidez, aumentando a rastreabilidade da microcefalia no território nacional e aperfeiçoando os cuidados à gestante e ao recém-nascido.

“Vamos intensificar a busca ativa das gestantes”, disse o secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Alberto Beltrame. “É importante que as gestantes sejam orientadas sobre os sintomas de uma infecção pelo zika vírus.”

Os sintomas de uma infecção pelo zika vírus são febre não muito alta, vermelhidão da pele e coceira. Como são sintomas mais brandos que os da infecção por dengue ou chikungunya, cujas febres e desconforto são mais intensas, o Ministério da Saúde tem a preocupação de que esses sinais não passem sem ser notados e que sejam registrados na carteira das gestantes.

Para evitar a transmissão do zika vírus pelo mosquito Aedes Aegypti, as autoridades tem recomendado que as gestantes usem de forma permanente calças, blusas de mangas compridas, meias e sapatos fechados, além de usar repelente.

 

Mulheres em idade fértil

Para as mulheres em idade fértil que não desejam engravidar, o governo vai ampliar o acesso a métodos contraceptivos. Vai ampliar, também, a oferta na rede médica dos testes rápidos de gravidez para que as mulheres saibam de forma mais rápida se estão grávidas.

O surto de microcefalia causado pela infecção por zika vírus levou o governo a declarar uma situação de emergência no País, numa mobilização nacional de combate ao mosquito Aedes aegypti.

Ao divulgar o documento, Beltrame disse que o objetivo é padronizar procedimentos e prestar assistência médica adequada a gestantes, recém-nascidos com riscos de microcefalia e bebês com má formação congênita.

“A grande questão é diferenciar o medo do pânico. O medo calculado, que proteja a mulher e a criança, é absolutamente saudável”, disse o secretário. “O mosquito está mais no Nordeste, mas poderá se distribuir pelo resto do País”, acrescentou. Ele voltou a reforçar que o método mais eficaz para evitar infecção pelo zika vírus é o combate ao Aedes aegypti.

Bebês com suspeita de microcefalia

O protocolo também classifica com risco de microcefalia os bebês com perímetro cefálico inferior a 32 centímetros. Entre as ações, o Ministério da Saúde lista uma série de exames que serão feitos em bebês com suspeita de má formação congênita, entre os quais o exame neurológico detalhado com a medição do perímetro cefálico.

Também serão feitos testes do pezinho e da orelhinha para identificação dos riscos e dos casos de bebês com cegueira e surdez congênita.

Crianças com má-formação congênita

Após exames, os bebês com diagnóstico de microcefalia irão integrar o “Programa de Estimulação Precoce”, que terá como suporte 136 centros de reabilitação, além de outros 65 centros em construção.

O objetivo é que nesses centros de reabilitação os bebês passem por atividades de estimulação precoce. “Segundo os neuropediatras, quanto mais precoce for a estimulação menores serão as sequelas da má-formação (congênita) ”.

A orientação é para que esse encaminhamento ocorra logo após o diagnóstico para que os estímulos sejam feitos de forma concentrada nos três primeiros anos de vida, período em que o cérebro se desenvolve mais rapidamente.

Fonte: Portal Brasil, com informações do Ministério da Saúde