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Revista Memórias: primeira edição de 2014 está no ar

- Ascom SE/UNA-SUS



A primeira edição de 2014 do periódico científico Memórias do Instituto Oswaldo Cruz está disponível para acesso online gratuito. O número, referente ao mês de fevereiro, traz estudos inéditos sobre doenças tropicais, como é o caso da mansonelose, agravo parasitária endêmico na região Amazônica que se encontra em dispersão para o Acre. Os protocolos de predição de casos graves da dengue, elaborados pela Organização Mundial da Saúde e pelo Ministério da Saúde, são postos à prova em estudo que resgatou casos de pacientes com suspeita da forma hemorrágica e da síndrome do choque durante um surto no Ceará, em 2011. A toxoplasmose ocular também é tema desta edição, em pesquisa que aponta a influência da resposta imune do paciente no agravamento das lesões produzidas pelo parasita na retina.

Na seção de Opinião da Memórias, autoridades da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e do Programa Regional de Prevenção e Controle da doença de Chagas, no Uruguai, discorrem sobre a importância da acreditação de países afetados pela doença de Chagas com o certificado de interrupção de transmissão pelo Triatoma infestans. Trata-se de uma resposta a um artigo publicado na edição de abril de 2013 da revista, assinado por pesquisadores do Brasil e da Argentina, e que questionava a eficácia da iniciativa. Acesse a edição de fevereiro, gratuitamente, clique aqui.

Defesa que sai pela culatra

A toxoplasmose ocular é uma das diversas complicações decorrentes da infecção pelo parasita Toxoplasma gondii, que provoca lesões na retina dos pacientes. No entanto, a presença de um tipo de linfócito T pró-inflamatório nas cicatrizes destas lesões levou pesquisadores da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), Faculdade de Medicina de Campos (FMC) e da Universidade Federal do Paraná (UFPR) a investigar se uma resposta imune exacerbada do paciente está associada a uma maior gravidade destas lesões. Os estudiosos analisaram polimorfismos no gene interferon-γ (IFNG), responsável por expressar o interferon, proteína de defesa do organismo, e encontraram relações com alguns dos tipos de lesões mais comuns causados pela doença. Confira.

Diagnóstico preciso

Conduzido por pesquisadores da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado, no Amazonas, e instituições cearenses, como a Universidade Federal do Ceará (UFC), este estudo realizou um comparativo entre dois métodos de classificação de risco da dengue. O primeiro, utilizado pelo Ministério da Saúde (MS), é conhecido como FHD/SCD, e divide os casos entre febre hemorrágica da dengue e síndrome do choque da dengue. O segundo, criado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2009, é chamado SD/NSD, siglas que, em tradução literal, significam dengue severa ou dengue não-severa. Através de uma análise retrospectiva de 84 casos suspeitos de dengue severa, diagnosticados durante a maior epidemia da doença registrada no estado do Ceará, em 2011, os pesquisadores concluíram que a classificação da OMS é mais sensível para detectar os casos graves. No entanto, a especificidade é similar a do método preconizado pelo Ministério. Acesse.

Parasita cruzando fronteiras

Infecções pelo parasita Mansonella ozzardi, chamadas de mansoneloses, são comuns nas comunidades ribeirinhas ao longo dos rios Solimões, Negro e Purus, no estado do Amazonas. No entanto, pouco se sabe sobre a presença do verme fora desta região. Neste estudo, realizado por pesquisadores do Hospital Universitário de Brasília (HUB), Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e Universidade Federal Fluminense (UFF), 355 voluntários de seis comunidades ribeirinhas situadas na fronteira com o Acre se submeteram a exames. Cerca de 18% deles estavam infectados, dos quais 25% trabalhavam na agricultura, criação de gado e pesca. O grupo tinha histórico de dor articular e dor de cabeça. Os estudiosos alertam para a dispersão do parasita além das áreas endêmicas, bem como a necessidade de estender o acesso aos medicamentos para estas localidades. Leia o estudo.

Direito à resposta

Na seção ‘Reader’s Opinion’, pesquisadores da Organização Pan Americana de Saúde (Opas) e do Programa Regional de Prevenção e Controle da doença de Chagas, no Uruguai, defendem a importância do certificado de interrupção da transmissão da doença de Chagas pelo Triatoma infestans. Este documento é concedido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e, na edição de abril de 2013 da Revista Memórias, pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), da Universidade de Brasília (UnB) e da Universidad de Buenos Aires haviam contestado sua validade em artigo de opinião, sob o argumento de que a ausência de casos diagnosticados não é o suficiente para comprovar a ausência da transmissão. Nesta ‘réplica’, os especialistas listam os benefícios advindos de quase 25 anos de boas práticas exercidas pelos governos interessados em adquirir a certificação da OMS. Confira.

 

Fonte: Comunicação do Instituto Oswaldo Cruz