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Pesquisa aponta que Brasil tem a segunda maior prevalência de hanseníase

- Ascom SE/UNA-SUS



O Brasil é o segundo país com maior prevalência de hanseníase no mundo. Os dados foram apontados pelo estudo realizado pela pesquisadora e fisioterapeuta do Ambulatório Souza Araújo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), Lilian Pinheiro. O estudo foi divulgado durante palestra promovida pelo Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) acerca do tratamento da doença.

"A hanseníase é um problema de saúde pública e possui um alto potencial incapacitante. O Brasil é o segundo país do mundo com maior número de casos. São 34.894 ao ano”, aponta. De acordo com Pinheiro, apesar de ser infectocontagiosa, a hanseníase tem tratamento e é curável. Também participaram do debate o médico residente em Saúde da Família e Comunidade Ricardo Lajovic e José Augusto da Costa Nery, do Laboratório de Hanseníase do Ambulatório Souza Araújo.

Foto: ENSP

A fisioterapeuta explicou que a hanseníase é uma doença que atinge a pele e os nervos dos braços, mãos, pernas, pés, rosto, orelhas, olhos e nariz, podendo causar deformidades físicas, possíveis de ser evitadas com o diagnóstico realizado no início da doença e o tratamento imediato. As pessoas em tratamento podem levar uma vida normal no trabalho, na família e na sociedade. "A hanseníase é transmitida por via respiratória (tosse e espirro) e convívio prolongado. Ela não se passa por abraços ou apertos de mão. Além disso, existem ainda formas não contagiosas."

Os sintomas podem se apresentar na forma de nódulos, manchas dormentes na pele, esbranquiçadas ou avermelhadas, diminuição de força nas mãos e nos pés, formigamento e/ou dor nas mãos e antebraços, pernas e pés, nariz entupido, feridas e sangramento nasal, ressecamento dos olhos e queda dos pelos. Todos os postos de saúde oferecem tratamento gratuito e o tempo dele pode variar de seis meses a um ano, dependendo do caso. Segundo Lilian, o diagnóstico precoce é essencial para o tratamento e prevenção da doença. 

A fisioterapeuta alertou ainda para a diminuição ou perda de sensibilidade ao calor, à dor e ao tato, caroços e inchaços no corpo, em alguns casos avermelhados e doloridos, dor e sensação de choque, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços, mãos,  pernas e pés, áreas com diminuição dos pelos e do suor. "Se observado qualquer um desses sintomas, deve-se procurar um posto de saúde o mais rápido possível. As pessoas atingidas pela hanseníase que apresentam mãos, pés e olhos insensíveis ou com atrofias devem adotar medidas e cuidados especiais no seu dia a dia. Já as pessoas que moram com alguém que recebeu o diagnóstico de hanseníase devem ser examinadas nos serviços de saúde e orientadas para reconhecer os sinais e sintomas da doença."

Ricardo Lajovic destacou, como primeira medida de prevenção, a conscientização da população por meio do conhecimento dos sintomas e diagnóstico precoce da doença. Ele explicou ainda que a hanseníase é considerada uma das doenças mais antigas da história e destacou a forte prevalência de casos no Centro-Oeste e Rio de Janeiro. "No caso do Rio, o aglomerado populacional e as diversas condições socioeconômicas proporcionam um alto índice da doença".

Para capacitar os profissionais de saúde com relação ao diagnóstico e tratamento da doença, a UNA-SUS lançará, em abril, o curso Hanseníase. Acompanhe mais notícias neste Portal.

Fonte: Agência Fiocruz, editado pela Assessoria de Comunicação da UNA-SUS