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Paraíba investe em tratamento para anemia falciforme

- Claudia Bittencourt



Dores nas articulações, nos ossos e inchaço em mãos e pés são sinais da anemia falciforme, doença que afeta 139 pessoas atualmente tratadas no Hemocentro da Paraíba, no bairro da Torre, em João Pessoa. Além dos adultos, desde 2010, quando a Paraíba passou a diagnosticar a anemia, até 2013 foram registrados doze casos da doença em crianças na Paraíba, como atesta outra unidade referência: o Laboratório Central de Saúde Pública da Paraíba (Lacen-PB).

Segundo a diretora técnica do Hemocentro da Paraíba, Rosângela Carmem, o diagnóstico precoce ajuda na manutenção da melhor qualidade de vida, já que a doença não tem cura. Do total de casos em tratamento no Hemocentro, 73 são homens e 66 mulheres. “O tratamento melhora a qualidade de vida porque se consegue levar oxigênio quando falta para o paciente. Já que a pessoa que tem o diagnóstico de anemia falciforme não vai deixar de tê-la, o tratamento ajuda a amenizar os sintomas”, frisou Rosângela.

Hemocentro realiza exames para diagnosticar anemia falciforme (Foto: Ricardo Puppe/Secom-PB)

Em 2013, em torno de 2% dos 33.311 doadores de sangue do Hemocentro tiveram a identificação no sangue do traço de anemia falciforme, o que não significa riscos de desenvolver a doença, mas de transmiti-la para o filho em caso de ter o parceiro com outra pessoa com traço da doença.

O número de doadores de sangue com traços no ano anterior, 2012, ficou em 1,9%. Nos doze meses, o Hemocentro da Paraíba recebeu sangue de 34.278 pessoas, das quais 681 apresentaram traço da anemia falciforme.

No estado, o Hemocentro da Paraíba é a unidade referência onde os pacientes, com o diagnóstico de anemia falciforme, fazem além do teste inicial as consultas com hematologistas, são medicados e se submetem ao tratamento.

O Hemocentro conta com quatro hematologistas que prestam assistência aos pacientes com o diagnóstico e, em caso de internação, ela ocorre em qualquer unidade pública, desde que haja vaga e profissional habilitado para tratar do paciente com anemia falciforme, conforme explicou Rosângela Carmem.

Teste do pezinho

De 2010 até 2013, a Paraíba realizou 172.372 testes do pezinho em crianças recém-nascidas. A triagem é feita de 5º ao 7º dia, por meio desse exame. Desse total, 2% das crianças apresentaram traços da anemia falciforme, o que não representa, segundo Gerlânia Carvalho, ter a doença. “Quando uma pessoa adulta com traço de anemia falciforme tem um filho com outra pessoa também com o traço as chances da criança nascer com a doença é quase total”, frisou.

No caso do diagnóstico em crianças, a unidade de referência para o tratamento de anemia falciforme é o Complexo de Pediatria Arlinda Marques, conhecido popularmente como 'Hospital Arlinda Marques', localizado no bairro de Jaguaribe.

A doença, associada mais às pessoas com origens afrodescendentes, causa dores nos ossos e articulações, cor amarela nos olhos, inchaço, além de dor e vermelhidão nas mãos e pés. A anemia falciforme é causada por uma alteração genética, caracterizada por um tipo de hemoglobina mutante.

 

Fonte: G1