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Inca completa 500 cirurgias de câncer com uso de robô

- Ascom SE/UNA-SUS



Primeiro hospital do Sistema Único de Saúde (SUS) a incluir a robótica em procedimentos cirúrgicos, o Instituto Nacional de Câncer José de Alencar Gomes da Silva (Inca), completou 500 cirurgias feitas com auxílio do robô Da Vinci. O equipamento foi adquirido em dezembro de 2011, ao custo estimado de US$ 2,6 milhões.

O cirurgião da Área de Cabeça e Pescoço do Inca, Fernando Luiz Dias, disse que essa ferramenta permite realizar cirurgias que, no passado, eram feitas de maneira tradicional, com alta possibilidade de complicação. Incisões externas e eventuais acessos cirúrgicos por estrutura óssea da face, no caso de cirurgias de cabeça e pescoço, faziam o paciente sofrer muito mais pelos efeitos desse acesso cirúrgico do que a retirada do tumor em si, comentou o cirurgião.

Foto: Divulgação/Inca

“O robô trouxe a possibilidade de fazermos essas cirurgias sem a necessidade desses acessos cirúrgicos. Fazemos diretamente pela cavidade natural, que é a boca”, informou o cirurgião. O uso da robótica reduziu o tempo das cirurgias de quatro a cinco horas para menos de uma hora e a internação, que durava de sete a oito dias, foi reduzida para três a quatro dias.

Segundo o especialista, o novo equipamento proporcionou ao corpo médico do Inca acumular uma experiência com cirurgia robótica incomparável: “Eu diria que o Inca tem hoje a maior experiência brasileira em cirurgia robótica, não só em cabeça e pescoço, mas também em outras especialidades”. Nessa área, foram operados mais de 150 pacientes desde março de 2012.

O robô é utilizado no Inca também em cirurgias de tumores abdominais, urológicos e ginecológicos. Como as cirurgias são cada vez mais rápidas com o uso do robô, os médicos do Inca podem fazer de dois a três procedimentos por dia, durante os cinco dias úteis e a expectativa é operar pelo robô entre oito e dez doentes por mês com câncer de pescoço e cabeça. O robô é cedido a cada especialidade médica durante um dia por semana.

Além de ser mais rápido, o procedimento robótico reduz a exposição de tecido corporal do paciente, que ocorre na cirurgia aberta. “A dor é muito menor, o incômodo é muito menor, a necessidade de o paciente ser submetido a uma traqueostomia também é muito menor. Enfim, existe uma série de ganhos de conforto do paciente para os quais essa cirurgia seja indicada e que auxilia na reabilitação desse paciente na sua vida cotidiana e, eventualmente, até na sua vida profissional.”

Fonte: Agência Brasil