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Gestão do SUS é debatida entre gestores e profissionais do SUS

- Ascom SE/UNA-SUS



A gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e os modelos de atenção à saúde são temas de um dos oito eixos temáticos que norteiam os debates na 15ª Conferência Nacional de Saúde, que teve início nesta terça-feira (1º), em Brasília, e reúne quase cinco mil pessoas entre usuários, profissionais e gestores da saúde pública.

“Para o SUS alcançar seu ideal de justiça social alicerçado na cooperação e solidariedade federativa, é preciso mudar essa cultura que hoje é muito centralizada e também fragmentada na execução para práticas federativas, ou seja, um projeto global de integração. Esse é o ideal que devemos perseguir”, defendeu a secretária de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde, Lenir Santos, nesta quarta-feira (2).

O aperfeiçoamento dos mecanismos de participação e controle social, o fortalecimento da governança regionalizada, as responsabilidades dos gestores, a garantia da integralidade no atendimento à população, as redes de atenção à saúde, modelos assistenciais e o financiamento também foram destacados durante o debate sobre os desafios estruturais do modelo de gestão atual. Participaram ainda das discussões o secretário de saúde do estado de Minas Gerais, Fausto Pereira Santos, e o presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), Gastão Campos.

Para Fausto Pereira Santos, há ainda alguns desafios a serem superados no modelo de gestão para uma construção mais harmônica do SUS. “Precisamos colocar em prática a concretização das redes de atenção, superando a fragmentação da visão vertical de cada uma delas, ter maior responsabilidade dos gestores e prestadores, uma construção coletiva que supere as disputas corporativas. Temos ainda a questão do financiamento como eixo central, mas podemos avançar muito no processo de gestão. É claro que vai exigir um esforço de todos nós, gestores, trabalhadores e usuários”, alegou.

Gastão Campos defendeu a criação de estratégias de integração, unificação e articulação de todos os atores do SUS. “Gestão é construir uma agenda que diz respeito ao povo, as necessidades, com especificidades de cada grupo de interesse, mas com objetivos gerais. Temos que confiar uns nos outros, trocar ideias, nos apoiarmos e incorporar o discurso um do outro”, reivindicou.

CONFERÊNCIA - Com o tema “Saúde pública de qualidade para cuidar bem das pessoas”, o evento acontece após quatro anos de realização da última edição, que também contou com mais de quatro mil pessoas. O eixo central da conferência é o “Direito do Povo Brasileiro”. O evento é coordenado pelo Ministério da Saúde e Conselho Nacional de Saúde. Tendas de cuidados, atividades paralelas, exposições e agenda cultural também fazem parte da programação.

Diversas conquistas foram obtidas com este processo de participação, como a criação do próprio Sistema Único de Saúde (SUS), que teve as diretrizes aprovadas, em 1986, durante a 8ª Conferência Nacional de Saúde. Todo o processo de fortalecimento da atenção básica, melhoria do acesso a insumos e medicamentos, qualificação da atenção psicossocial, aprimoramento do acesso à população por meio da implantação das redes de atenção, também são fruto das discussões realizadas nas conferências.

Fonte: Ministério da Saúde, por Amanda Costa