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Dia Mundial da Saúde 2014: prevenindo doenças transmitidas por vetores

- Ascom SE/UNA-SUS



Mais da metade da população mundial está em risco por causa de doenças tais como a malária, dengue, leishmaniose, doença de Lyme, esquistossomose e febre amarela, transmitidas por mosquitos, moscas, carrapatos, caramujos e outros vetores. A cada ano, mais de um bilhão de pessoas são infectadas e mais de um milhão vem a óbito por doenças transmitidas por vetores. 

No Dia Mundial da Saúde, comemorado em 7 de abril, a Organização Mundial da Saúde (OMS) enfatiza a séria e crescente ameaça das doenças transmitidas por vetores, com o slogan “Pequena picada, grande ameaça”.

A OMS também destaca que essas doenças são completamente evitáveis. A recente publicação “A global brief on vector-borne diseases” esboça as medidas que governos, grupos comunitários e as famílias podem tomar para proteger as pessoas das infecções.  

“Uma agenda global de saúde que tenha como a mais alta prioridade o controle do vetor pode salvar muitas vidas e evitar muito sofrimento. Intervenções simples, econômicas e eficazes como mosquiteiros impregnados com inseticidas e a pulverização de interiores já salvaram milhares de vidas,” declarou a Dra. Margaret Chan, diretora–geral da OMS. “Ninguém no século XXI deveria morrer por causa de uma picada de mosquito, mosquito-palha, borrachudo ou carrapato”.

As doenças transmitidas por vetores afetam as populações mais pobres, particularmente onde há falta de acesso à moradia adequada, água potável e saneamento. Pessoas desnutridas e aquelas com baixa imunidade são especialmente suscetíveis.

A esquistossomose, transmitida por caramujos, é a doença mais disseminada em todo o mundo entre aquelas transmitidas por vetores. As crianças que vivem e brincam perto da água infestada são particularmente vulneráveis a essa doença que causa anemia e reduz a habilidade de aprendizagem.  A esquistossomose pode ser controlada por intermédio de tratamento regular em massa de grupos de risco com medicamentos seguros e eficazes, assim como pela melhoria do acesso à agua potável e saneamento.

Nas últimas duas décadas, muitas doenças importantes transmitidas por vetores reapareceram ou se espalharam para novas partes do planeta.  Mudanças ambientais, aumento substantivo de viagens e do comércio internacional, mudanças nas práticas agrícolas e uma rápida urbanização não planejada estão causando aumento no número e na disseminação de muitos vetores em todo o mundo e tornando novos grupos de pessoas, particularmente turistas homens de negócios, vulneráveis.

O mosquito transmissor da dengue, por exemplo, é encontrado atualmente em 100 países, o que coloca mais de 2.5 bilhões de pessoas – mais de 40% da população mundial – em risco. A dengue foi recentemente relatada na China, Portugal e no estado da Flórida, nos Estados unidos da América.

Relatos da Grécia mencionam que a malária retornou para lá pela primeira vez em 40 anos. Isso frisa a ameaça continua da reintrodução e necessidade de vigilância contínua para garantir que qualquer ressurgimento da malária possa ser rapidamente contido.  

“O controle de Vetores continua sendo a mais importante ferramenta na prevenção de surtos das doenças transmitidas por vetores,” afirmou Dr Lorenzo Savioli, diretor do Departamento de Controle das Doenças Tropicais Negligenciadas da OMS. “São necessários mais recursos financeiros e compromisso político para manter os instrumentos de controle de vetores existentes, assim como medicamentos e ferramentas de diagnóstico – e conduzir com urgência as pesquisas necessárias.”

No dia Mundial da Saúde 2014, a OMS clama por um foco renovado no controle do vetor e um melhor fornecimento de água potável, saneamento e higiene – estratégias chave delineadas no Mapa de Rota da OMS 2011 para o controle, eliminação e erradicação das doenças tropicais negligenciadas, que estabelece metas para o período 2012-2020.

 

Fonte: Organização Mundial da Saúde, traduzido pela UNA-SUS