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Dengue: casos e óbitos caem no primeiro trimestre do ano

- Ascom SE/UNA-SUS



Novo Boletim Epidemiológico (BE) divulgado nesta quarta-feira (23/04) pelo Ministério da Saúde mostra queda nos casos de dengue nos três primeiros meses deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado. Em 2014, foram 215.169 notificações, o que representa redução de 76,7% quando comparado ao primeiro trimestre de 2013, com 921.716 casos, conforme dados da tabela abaixo. O número de casos graves da doença também caiu 80% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2013. De 1º de janeiro a 5 de abril, foram confirmados 937 casos graves da doença, contra 4.722 em 2013.

Seguindo a mesma tendência, os óbitos pela doença diminuíram 87% em relação a 2013. No período, foram confirmados 47 óbitos, sendo que no ano passado foram 368. Treze estados não registraram óbitos neste período: Rondônia, Acre, Roraima, Pará, Amapá, Tocantins, Piauí, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Os estados do Amapá, Roraima, Sergipe, Maranhão, Piauí, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Rio Grande do Sul, apresentaram os menores índices de notificação pela doença neste período.  Em Santa Catarina não há transmissão autóctone de dengue (que é a originária no estado) apenas casos importados.

O ministro da Saúde, Arthur Chioro, atribui a queda no número de casos graves à organização da rede pública de saúde em todo o país, a ampliação no fluxo de atendimento, ao diagnóstico precoce e, sobretudo, a maior conscientização da população. “Esses números mostram que estamos no caminho certo. Contribuíram para esta redução o esforço dos profissionais de saúde e o controle dos focos do mosquito pelas equipes de vigilância. A participação da população na eliminação dos criadouros do mosquito também foi fundamental para a redução da dengue”, avalia Chioro.

O secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, destaca a importância das ações conjuntas do Ministério da Saúde com as secretarias estaduais e municipais no combate à doença no país. “As prefeituras, de maneira geral, estão mais organizadas este ano do que em 2013. Naquela época, muitos prefeitos estavam iniciando a gestão. Os resultados mostram que intervenções simples renderam resultados extremamente positivos. Porém, essas ações devem ser continuadas e permanentes”, observa o secretário.

Já as cidades com o maior número de casos são Goiânia (GO), 7.878; São Paulo (SP), 7.550; Campinas (SP), 6.611; Luziânia (GO), 5.504; Belo Horizonte (MG), 4.849; Maringá (PR), 4.838; Brasília (DF), 4.532; Aparecida de Goiânia (GO), 3.454; Americana (SP), 3.430 e Taubaté (SP), 2.821. A maioria dos casos graves confirmados (87%) está concentrada nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Goiás.

AÇÕES – Diversas ações realizadas pelo Ministério da Saúde em conjunto com estados e municípios contribuíram para a redução nos números da dengue. Em novembro de 2013, o Ministério da Saúde dobrou o recurso adicional enviado para incrementar e qualificar as medidas de vigilância, prevenção e controle da doença. Ao todo, foram repassados R$ 363,4 milhões – 110% a mais do que em 2012. Além disso, o Ministério da Saúde propagou entre os profissionais de saúde o Protocolo de Diagnóstico e Manejo Clínico da Dengue. O protocolo orienta o atendimento e a identificação dos pacientes com sinais e sintomas de agravamento na atenção básica, o que contribui para a redução dos casos graves e óbitos.

O crescimento dos municípios participantes do Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) também contribuiu para a melhoria deste quadro. Entre janeiro e fevereiro deste ano, 1.459 municípios fizeram parte da pesquisa, o que significa um aumento de 48% em relação ao mesmo período de 2013, quando 983 cidades participaram do levantamento.

O LIRAa é considerado um instrumento fundamental para orientar as ações de controle da dengue, o que possibilita aos gestores locais de saúde anteciparem as ações de prevenção. O levantamento é promovido em parceria com as secretarias municipais de saúde. Os municípios classificados como de risco apresentam larvas do mosquito em mais de 4% dos imóveis pesquisados. É considerado estado de alerta locais em que os imóveis pesquisados possuem larvas do mosquito entre 1% e 3,9%, sendo índice satisfatório nos locais abaixo de 1% de larvas do Aedes aegypti.

Com o slogan “Não dê tempo para a Dengue”, o Ministério da Saúde veicula desde janeiro campanha nacional de combate à dengue. As peças são veiculadas em TVs, rádio, internet, redes sociais e mídias impressa e exterior. O objetivo é mostrar que a prevenção leva pouco tempo, mas o suficiente para proteger familiares e vizinhos. O Ministério da Saúde está investindo R$ 30 milhões na campanha da dengue em 2014.

CUIDADOS - Aos primeiros sintomas da dengue (febre, dor de cabeça, dores nas articulações e no fundo dos olhos), a recomendação do Ministério da Saúde é procurar o serviço de saúde mais próximo e não se automedicar. Quem usa remédio por conta própria pode mascarar sintomas e, com isso, dificultar o diagnóstico.

Para diminuir a proliferação do mosquito, é importante que a população verifique o adequado armazenamento de água, o acondicionamento do lixo e a eliminação de todos os recipientes sem uso que possam acumular água e virar criadouros do mosquito. Além disso, é essencial cobrar o mesmo cuidado do gestor local com os ambientes públicos, como o recolhimento regular de lixo nas vias, a limpeza de terrenos baldios, praças, cemitérios e borracharias.

 

TABELA  – CASOS DE DENGUE – 1º trimestre de 2014/2013 (1º de janeiro a 5 de abril)

 

UF

Casos

Casos graves

Óbitos

2013

2014

2013

2014

2013

2014

Norte

33.223

15.569

157

15

22

1

RO

7.327

1.981

26

0

4

0

AC

2.016

2.087

2

1

0

0

AM

11.327

4.510

78

7

8

1

RR

174

339

0

0

0

0

PA

6.161

1.907

29

1

8

0

AP

1.043

122

6

0

1

0

TO

5.175

4.623

16

6

1

0

Nordeste

60.593

19.689

215

68

47

7

MA

1.501

729

18

11

9

2

PI

1.690

924

7

4

0

0

CE

6.484

6.475

28

14

14

1

RN

5.001

2.308

38

7

5

0

PB

3.178

1.199

28

5

6

2

PE

1.903

1.399

15

0

4

0

AL

1.556

1.733

8

3

0

0

SE

140

473

1

2

0

0

BA

39.140

4.449

72

22

9

2

Sudeste

594.725

109.843

2.436

510

177

19

MG

280.179

32.137

282

111

76

7

ES

38.249

9.152

999

87

20

2

RJ

141.251

5.167

864

19

33

3

SP

135.046

63.387

291

293

48

8

Sul

45.844

19.268

176

36

22

1

PR

45.296

18.667

176

36

22

1

SC

241

191

0

0

0

0

RS

307

410

0

0

0

0

Centro-Oeste

187.331

50.800

1.738

308

100

18

MS

67.150

3.500

690

15

30

2

MT

25.755

4.260

79

4

19

2

GO

90.704

38.508

963

271

48

11

DF

3.722

4.532

6

18

3

3

Total

921.716

215.169

4.722

937

368

47

 

 

  

Fonte: Ministério da Saúde, editada pela UNA-SUS